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João Távora

Cartazes à maneira só com o Dr. Vital Moreira

 



 


Enquanto os especialistas “independentes” se manifestam doutamente sobre a suposta má qualidade dos cartazes de Manuela Ferreira Leite, o partido do governo manda retirar os painéis do Dr. Vital Moreira prá Europa, por causa da “lamentável gralha”. Coisa pouca, nada que umas dezenas de milhares de euros não resolvam: apresenta-se a factura, e a farra continua.


 


Imagem surripiada a Luís Bonifácio, Nova Floresta

Estereótipos e equívocos

Concordo parcialmente com a opinião que Rui A, "ex-feroz republicano" aqui manifesta sobre alguns monárquicos – de facto estes foram em muitas ocasiões os maiores adversários da monarquia. Mas como o Nuno Castelo Branco afirma aqui, não nos podemos alhear do fenómeno de crescente renovação dos protagonistas desta causa que nada têm a ver com esses estereótipos.

Jamais será possível a restauração da monarquia sem monárquicos, e como em tudo na vida, é tão fácil quanto estéril falar de fora, sem arriscar a pele na alteração do estado de coisas - estamos nessa fase. De resto creio o congresso monárquico que se avizinha revelar-se-á uma boa surpresa para quantos andam mais desatentos à questão.

 

República vs Monarquia


 


Quando a política quotidiana aborrece profundamente um monárquico, este tem sempre outros horizontes (literalmente) para onde se voltar: ora leiam esta excelente análise de Rui Albuquerque no Insurgente:


 


Um dos aspectos mais evidentes do funcionamento das repúblicas de forte incidência parlamentar é a degenerescência das suas instituições políticas. A razão é simples de entender. Na verdade, exceptuando os poucos países que sacralizaram a república (como os EUA), os demais não possuem instituições com legitimidade própria, isto é, que não decorra da legitimidade política. Por isso, a actuação dos protagonistas institucionais é sempre perspectivada, pelos seus adversários ou pelas suas vítimas, como resultado do jogo político, e não exactamente como o desempenho de funções próprias, autónomas ou mesmo independentes do poder político. Ler mais »»»


 


 

Antropometria aplicada aos jesuítas - a pseudo-ciência ao serviço dos republicanismo


Sobre o perigo das modas pretensamente cientificas importa ler este texto:




Entre as imagens de violência que ilustram a instauração do regime republicano em Portugal, sobressaem as que mostram as humilhações infligidas aos padres da Companhia de Jesus. Assaltados nas suas casas religiosas por fortes contingentes armados, presos, agredidos, insultados, expulsos do país, passaram ainda pela enxovalhante operação de medição dos seus crânios no posto antropométrico da Penitenciária de Lisboa, onde se faziam os estudos sobre a constituição física dos criminosos, para confirmação das teses em voga sobre as relações entre a criminalidade e as anomalias anatómicas. Ler mais»»»

 

Do México a Massamá

Porcos e Aves são esteticamente diferentes, e tirando o porquinho Babe, a passarada é por defeito mais elegante, simpática e definitivamente mais asseada: se o massacre mediático foi o que foi aqui há tempos sobre a gripe das aves, agora que isto deu nos porcos estamos tramados. As parangonas diárias prometem: mais um caso em Madrid, outro em Frankfurt, falso alarme em Badajoz, suspeito de gripe suína isolado em Massamá...


E se a ameaça não pára antes das eleições europeias, nem que os candidatos aprendam a fazer o pino se vai falar de outra coisa.

Fracturas expostas

A respeito deste post, Carlos Santos desafia-me a ler este seu texto e a afirmar a minha posição quanto ao fenómeno da tortura e da sua hipotética legitimação. Acontece que a minha sensibilidade e educação cristã remetem-me para uma posição radicalmente contra tais práticas, sejam elas exercidas por “fascistas” ou “comunistas” de “direita” ou de “esquerda”.

Como noutras questões éticas, como a do aborto ou eutanásia, reconheço que há "casos limite" que nos remetem para dilemas complexos.  Por exemplo há quem reclame a legitimação da tortura, quando esse recurso possa evitar uma catástrofe e salvar vidas. Ainda assim, tendo a questão como abstracta, mesmo num caso desses eu mantenho a minha opinião: determinados princípios éticos têm que ser sempre salvaguardados, sob o risco de se relativizarem valores, que inevitavelmente corrompem os alicerces duma civilização evoluída. O respeito pela dignidade de cada ser humano, projecto de Deus único e irrepetível, deve ser um valor inalienável.

Domingo


26 de Abril dia do Santo Condestável de Portugal


 

A santidade vive-se na história, e nenhum santo está isento das limitações e dos condicionalismos próprios da nossa humanidade. Ao canonizar um seu filho, a Igreja não celebra opções históricas particulares realizadas por ele, antes o propõe como modelo à imitação e veneração pelas suas virtudes, para louvor da graça divina que nelas resplandece.

 

Papa João Paulo II

Estamos à espera de quê?

As revoluções são como as guerras: fazem mal aos países, são uma violência contra a  História e dificilmente mudam mentalidades e instituições. As revoluções destroem coisas boas e más indiscriminadamente, produzem muitas vitimas para poucos resultados. As revoluções exigem demasiado esforço em reconstrução.

Numa nação verdadeiramente civilizada e livre, o sistema regenera-se por dentro, pela força da vontade e mérito das pessoas.

Em Portugal falta qualidade à democracia, há pouca liberdade e como bem sabemos não é uma nação civilizada.

 

Ladainha


Paulo Pinto de Mascarenhas discorda “da ladainha” de uma certa direita que não rejubila   com as comemorações do 25 de Abril, e afirma que essa direita nunca deveria ter permitido que a esquerda se apropriasse do.

Eu, que enfiei esse barrete, também discordo do Paulo, pois sou dos que vivem neste dia um sentimento ambíguo, algo melancólico até. Se por um lado lhe reconheço o significado pela conquista do mais sagrado valor civilizacional, o da liberdade de expressão, o 25 de Abril traz-me inevitavelmente à memória os sequentes meses de inglório combate por essa liberdade que nos ia sendo usurpada pela esquerda totalitária que tomara conta do poder então. E o Paulo que se desengane: não foi sem um duro combate que “essa direita” foi literalmente atirada para fora do processo politico de “democratização”. Eu estive na rua e fui humilhado. O meu pai, cedo proscrito pelos governos revolucionários, para além da intervenção escrita e partidária, nunca falhou a rua. Eu por mim, militei na Juventude Democrata Cristã de Sanches Osório (extinta no 11 de Março), colei muitos cartazes e estive sempre onde era necessário em defesa dos valores democráticos ocidentais. Eu e os meus camaradas fomos crescentemente achincalhados até chegar o 11 de Março, quando, confesso,  um certo terror se apoderou de nós: qualquer coisa que mexesse à direita do PS era acusada de fascista, e chegámos a temer pelas nossas vidas.

Caro Paulo Pinto de Mascarenhas: como vê não é por uma questão estética ou de vontade que uma “certa direita” não desce alegremente a Avenida da Liberdade todos os anos. É porque logo a partir do dia 26 de Abril ela foi, metódica e antidemocraticamente, atirada borda fora do sistema, até chegar o dia 25 de Novembro, quando a liberdade e a democracia foram restauradas. Trata-se, caro Paulo, de uma questão tão emocional quanto racional, aquela que me afasta de quantos rejubilam com o 25 de Abril e para quem o PREC se tratou de inesquecíveis tempos de pândega, uma extravagância desculpável pelos ideais que reclamavam para si.  É que eu e muitos dos meus companheiros e amigos, fomos nesses dias os bombos da festa. 

Foi necessário muito fair play para essa indulgente direita se ter conformado com os excessos dessa amnistiada esquerda que hoje pontifica e é promovida no panorama politico e social português. Personagens às quais, graças a Deus, eu não necessito prestar vassalagem ou fazer cara alegre neste dia do ano ou noutro qualquer.

Fique o Paulo a saber que eu também trauteei as Cantigas e Maio até se me amargarem, sufocadas na garganta. O 25 de Abril que muitos festejam, ironicamente, acabou por pôr em causa a nossa liberdade e às tantas nossa sobrevivência. Só isso.

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