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João Távora

Novas tecnologias, velhos métodos

 

Acusando alguma inquietação e a proverbial tradição anti-democrática caracteristica dos mais zelosos republicanos, a conta no Facebook da plataforma do centenário foi pirateada e eliminada. Isto significa apenas um contratempo, pois vamos redobrar o esforço na denuncia do absurdo das comemorações que se aproximam. 

 

A vontade no lugar da depressão

Após um aziago início de época, o Sporting foi ontem apeado da liga dos milhões pela Fiorentina. Confesso que este ano esperava bastante mais da equipa, mesmo considerando que os confrontos já efectuados se deram com equipas competitivas e com ambições: ao contrário de muitos, e tendo em conta a realidade da industria do futebol nacional, eu tenho em boa conta o treinador e o plantel leonino.

Porque tenho boa memória, sou contra “chicotadas psicológicas” e contratações que só servem para enriquecer “empresários”, criar ilusões e vender jornais (daí se compreende a revolta de muitos escribas da nossa praça). Às euforias que resultam sempre em depressões eu prefiro o realismo: o futebol não é uma ciência exacta, é um JOGO que depende de múltiplos factores, alguns aleatórios, como dum caprichoso ressalto, duma bola na trave ou duma fonesta lesão.
É por estas e por outras que não estou disponível para as politiquices futeboleiras (escusas de me mandares SMS palermas caro João, já me bastam os meus amigos lampiões!). E também porque há pouco mais de dois meses os sócios do Sporting elegeram em larga maioria uma Direcção, uma Estratégia, e... Paulo Bento.

Pensando bem, tenho orgulho numa equipa que ontem bateu o pé a um grande clube italiano, e que terminou o desafio com oito jogadores da sua “cantera”, e igual número de jogadores portugueses, uma coisa louvável e rara nos dias que passam. De resto, como em tudo na vida, o remédio é pôr a vontade no lugar da depressão e da euforia.  

 

Imagem daqui

O sucesso do insucesso

Não entendo a razão do alarido da senhora ministra com os números divulgados sobre as taxas de insucesso e de abandono: num país atrasado como o nosso, com os níveis de  iliteracia que se lhe reconhecem, em que a função formadora e educativa do ensino público é a última das suas prioridades, segurar a todo o custo os alunos dentro do sistema só contribui para avolumar o seu descrédito. 

Sei bem por experiência em que género de actividades se ocupa grande parte dos alunos “difíceis” que frequentam programas especiais “de retenção”. Sei bem como a escola pública que não premeia o mérito, se pode tornar num eficaz veiculo promotor da irreverência gratuita e da irresponsabilidade. Por mim garanto-vos que farei tudo, mas tudo o que puder, para adiar tanto quanto me for possível a experiência do ensino oficial aos meus miúdos mais pequenos. 

 

Também publicado aqui

Estagnados no progresso

 

Há uma imensidade de séculos que os homens julgam ter atingido os píncaros do progresso e da modernidade. Ontem, como hoje, como daqui a quinhentos anos, será um risco colocar um engenho nuclear nas mãos de dum individuo se ele não for bom.

 

 

Esta informação é classificada

Não se trata dum faits divers de Verão, como muitos querem fazer crer: a suspeita de subordinação ou cooperação da presidência da republica com o partido político que o apoiou é a grande fragilidade da instituição: é desnecessária a espionagem. 

E já agora, o que é que justifica uma página sobre Maria Cavaco Silva no site oficial da presidência, que não seja uma tentativa forçada de "coroação" deste órgão de soberania? 

O caso da bandeira monárquica

O "Caso da Bandeira" que tanto animou as consciências neste pico de Verão, apanhou-me de férias e contribuiu definitivamente para reforçar a minha boa disposição. Como sentimental que sou, confesso que a imagem da bandeira portuguesa azul e branca hasteada nos Paços do Conselho me deu um enorme gozo.

Racionalizando as coisas, a atrevida acção de agit-prop dos quatro bravos do 31 da Armada, para lá duma competentíssima operação de marketing - em que um simples blogue se atreveu a “comandar” a agenda dos media de massas -  teve o mérito de trazer para a agenda mediática a Monarquia e as cores da sua bandeira de uma forma saudável e bem-disposta. Ora é precisamente deste modo que o assunto deve ser debatido: fora da velha formula virulenta e ressentida, assumida por muitos republicanos e alguns monárquicos, herdada dos tempos do regicídio e da revolução da Carbonária e de Afonso Costa. Hoje os tempos da Nação são claramente outros, com diferentes desafios e dificuldades. Por isso essa perigosa e fratricida rivalidade que persiste, não tem hoje razão de existir, e tende a inquinar a discussão.

Da minha militância monárquica, seja através da Plataforma do Centenário ou da Real Associação de Lisboa, reconheço que aquilo que une os monárquicos na realidade (saudavelmente) é muito pouco: há-os de esquerda e de direita, liberais e socialistas, a favor e contra o aborto, ateus e crentes, católicos e protestantes. Tal como acontece com os republicanos. Para exemplificar, acreditem que, abaixo do nível da epiderme, me é mais fácil “entender” com um republicano conservador e católico, do que com um monárquico socialista e agnóstico. Ou seja, a discussão sobre a fórmula de regime de Chefia de Estado proposta por republicanos ou monárquicos, jamais deveria merecer tanto rancor e despeito. É essa relação política doentia entre portugueses que urge desconstruir e relativizar, propósito alcançado pelo Rodrigo Moita de Deus e seus companheiros do 31 da Armada, através do humor e da irreverência. De resto tal não acontecia desde o auge da popularidade de Miguel Esteves Cardoso e da sua candidatura ao Parlamento Europeu.

Eu cultivo o ideal monárquico de uma forma séria... e pragmática. É por isso que, antes de me colocar em bicos de pés numa patética disputa com o regime “incrustado”, o que me preocupa é que se cativem e doutrinem mais e mais monárquicos, de todos os quadrantes políticos e culturais: portugueses, patrióticos e descomplexados que acreditem que Portugal, a mais antiga nação do continente, merece lugar ao lado das antigas e prósperas monarquias europeias. E já agora que esse desígnio seja um dia por este nobre povo alcançado debaixo duma bandeira verdadeiramente digna de si e da sua história: a mais bela bandeira do mundo.

Respeitinho pós-moderno

Surpreende-me muito o Editorial de hoje do Diário de Notícias, (tarefa que, tenho notado, nesta época de estio deve estar entregue a algum ingénuo estagiário) o qual nos aconselha “respeito” para com os objectos domésticos ultrapassados, como a televisão a válvulas, o disco de vinil etc. Não entendo porque raio devo eu “respeito” para com um velho telefone negro, uma lista telefónica ou cassete de vídeo. Pela minha mão já muita tralha dessa foi para o lixo sem qualquer remorso. Ainda admito que se exija respeito para com os seus ilustres inventores, talvez acenando-lhes uma vénia quando a eles nos referirmos... 

Até o mais inveterado dos conservadores, para quem o respeitinho é mesmo bonito, se for inteligente usa-o com critério e parcimónia... não vá o preceito tolher-lhe demasiado a existência. 

 

Dia 25 de Agosto, o jantar da liberdade

 

 

Marquem nas V. agendas: o jantar de desagravo em honra dos bravos do 31, está confirmado: será no próximo dia 25 de Agosto, terça-feira a oito dias. Vamos juntar a sadios republicanos, marimbistas e monárquicos em alegre e inesquecível comezaina, digna de príncipes (e, presidentes, seja). Avisamos desde já que os lugares são limitados. Em breve daremos mais pormenores. 

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