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João Távora

Sem rei nem roque

 

Foi um espectáculo confrangedor ontem à noite assistir às declarações do Chefe de Estado: afinal as suas tão aguardadas palavras pouco mais revelaram do que um homem acossado pela intriga que grassa entre os órgãos de soberania e de estados d’alma pouco dignos do mais alto magistrado da nação. Depois, já enterrado no sofá, foi assistir atónito à intervenção do ministro Pedro Silva Pereira, em autêntica pose de estadista, ripostar com invulgar dureza e numa arrogância quase elegante a pública birra de Cavaco Silva.

O que vem à tona com isto tudo é a materialização dum negro pesadelo: uma nação pobre e decadente a hipotecar o seu presente com  uma baixa e irresponsável guerrilha política protagonizada pelos principais órgãos de soberania nacionais: uma crise sistémica sem solução à vista.  Sem dúvida o panorama ideal para o regime celebrar o seu centenário. 

Bandeiras: pequeno manual de propaganda

Segundo alguma comunicação social, no Domingo passado uma bandeira monárquica foi hasteada nas Caldas da Rainha em frente à Câmara Municipal. Isto aconteceu sem que se conhecesse uma fotografia ou declarações dos rebeldes... e a discreta notícia morreu precocemente.
Tendo em conta que estas iniciativas espontâneas tendem a multiplicar-se pelo país fora, por forma a potenciarem-se os resultados do ponto de vista da sua visibilidade aqui deixo umas sugestões:
  1. Colocar a bandeira em lugar digno e com valor simbólico
  2. Tirar boas fotografias, bem iluminadas (com flash se necessário) em boa resolução.
  3. Emitir um comunicado de imprensa expressando as intenções da acção
  4. Enviar o comunicado de imprensa, por exemplo para a Lusa (ver contactos aqui) com fotografia em boa resolução anexada.
  5. Identificar um contacto para declarações à imprensa - não há que recear: o código deontológico dos jornalistas coloca fora de questão a publicação das suas fontes. O sigilo será salvaguardado pelo Órgão de Comunicação Social se essa vontade for devidamente expressa pela fonte.
  6. Se possível criar um blogue com reportagem fotográfica e filme da acção, e do teor do comunicado politico.
  7. Difundir à Lusa e aos blogues de referencia o endereço desse blogue para que possa ser referenciado e visitado.
Esta é a maneira simplificada e segura para dar visibilidade a uma acção que essa sim pode ser arriscada. Ou seja, feita a coisa mais difícil, convém que dê nas vistas e esta é a fórmula.

Ao trabalho

Antes de mais, quero publicamente tirar o meu chapéu e dar os parabéns a Paulo Portas e a toda a direcção do partido pelo resultado histórico obtido pelo CDS PP. No entanto esta saborosa “vitória” não chega para me pôr eufórico: nos próximos anos o novo parlamento exibirá uma grossa maioria de esquerda que inclui uma significativa facção extremista, disruptiva, própria de democracias imaturas. Insisto na ideia de que uma direita débil é o primeiro sinal de um país pobre, estagnado e deprimido. Um dado que suspeito se acentuará nos próximos tempos, por mais injecções de capital que se processem nas obras públicas e no estado providência implantado.

É um facto que nem a alarmante crise, nem o atoleiro em que o país se encontra, nem mesmo os novos partidos que desta vez se apresentaram a votos, serviram para mobilizar cerca de três milhões e setecentos mil portugueses que teimam em alhear-se dos destinos da sua pátria: suspeito que somando estes números aos votos brancos e nulos, pelo método de hondt eles traduzir-se-iam numa maioria parlamentar. 

Este panorama confere à direcção do CDS um redobrado dever de lealdade para com os seus eleitores, exigindo-se ao partido uma oposição sem concessões ao "centrão" e uma determinada resistência aos cantos da sereia do poder imediato: creio que o crescimento do eleitorado do CDS-PP perspectiva-se inequivocamente à direita e numa grande maioria desiludida que urge resgatar à politica. É tempo da direita construir confiança e crescer para salvar de Portugal.

 

Mixed Feelings II

Nem a alarmante crise, nem o atoleiro em que o país se encontra, nem mesmo os novos partidos que desta vez se apresentaram a votos, serviram para mobilizar cerca de três milhões e setecentos mil portugueses que teimam em alhear-se dos destinos da sua pátria: suspeito que somando estes números aos votos brancos e nulos, pelo método de hondt eles traduzir-se-iam numa maioria parlamentar. 

Este panorama e os fantásticos resultados obtidos pelo CDS conferem à sua direcção um redobrado dever de lealdade para com os eleitores, exigindo-se ao partido uma oposição sem concessões ao "centrão" e uma determinada resistência aos cantos de sereia do poder imediato: creio que o crescimento do eleitorado do CDS-PP perspectiva-se inequivocamente à direita e numa grande maioria desiludida que urge resgatar à política. É tempo da direita construir confiança e crescer para salvar de Portugal.

Mixed feelings

O resultado histórico obtido pelo CDS PP, unido em torno de uma liderança determinada e duma mensagem politica assertiva e clara, não chega para me comover grandemente: o novo parlamento eleito exibirá nos próximos anos uma grossa maioria de esquerda que inclui uma significativa facção disruptiva, própria de democracias imaturas. Insisto na ideia de que uma direita débil é o primeiro sinal de um país pobre, estagnado e deprimido. Características que suspeito se acentuarão nos próximos tempos, por mais injecções de capital que se processem nas obras públicas e na providência social. Esta perspectiva e o bem que quero aos meus filhos e ao meu país desfaz qualquer vontade que eu tivesse de sorrir.

Contabilidade criativa

Espanta-me que os políticos e comentadores, questionados sobre a perspectiva de alta abstenção, se escudem na possibilidade de aumento de eleitores face às legislativas de 2005. Sobre o assunto a questão que interessa é mesmo a proporção.

O dia das grandes escolhas

Às duas da tarde na minha mesa de voto, no liceu de S. João do Estoril, já tinham colocado a cruzinha no boletim trezentas em novecentas pessoas inscritas: era isso que indicavam os números a giz na ardósia da sala de aula. 

Espero que o grosso dos eleitores surjam durante a tarde, pois os caminhos difíceis que se perspectivam a este depauperado país exigem um massivo sufrágio.

Participar é preciso, ou então depois não nos podemos queixar.

A ver se me aguento!

Neste dia de reflexão eleitoral, acordei com uma irresistível vontade de comentar as campanhas e fazer balanços sobre as prestações dos partidos, como aqueles que se publicam no Diário de Notícias. Não sei se é do ócio, se é do tempo, mas hoje sinto-me muito isento e particularmente inspirado. Decididamente o fruto proibido é o mais apetecido!

Um novo mote

 

Se passamos a vida a lamentar a História e o nosso crónico atraso (eu que o diga) porque não arrepiamos caminho? Parece-me urgente alterarmos os paradigmas que têm gerido os destinos do nosso país desde tempos imemoriais, reforçados pela matriz socialista do regime nos últimos trinta e tal anos. 

A responsabilidade na mudança deste estado de coisas está, e sempre esteve, na vontade e competência dos indivíduos. Mas o primeiro passo a dar, será sem dúvida, uma mudança massiva dos portugueses no seu sentido de voto: um voto que devolva às pessoas o protagonismo do sucesso das suas vidas, que motive a comunidade a descobrir a sua auto-estima na construção dum país mais prospero e mais livre. 

Um país com uma direita débil é um país pobre, estagnado e deprimido; e a viragem só pode começar com um novo mote, com um voto renovado: um voto na responsabilidade, no trabalho, nos valores que regem uma autêntica meritocracia. Para que assim possamos construir e delegar aos nossos netos uma História de esperança e com futuro. É tempo de virar o voto à direita.

 

Publicado também na Rua Direita 

 

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