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João Távora

Meets e arrastões

Hoje foi uma das raras vezes que me identifiquei com uma ideia do Daniel Oliveira e que até concordei genericamente com uma sua crónica no Expresso (coluna que por assumido preconceito não costumo ler para não me chatear) onde ele aborda os jovens e o “epifenómeno” dos meets, tema que acalorou um pouco os dias vazios deste resfriado e agonizante mês de Agosto. Da ideia já eu fizera em tempos menção numa das minhas usuais crónicas moralistas: o “aborrecimento”, um estruturante estado emocional democraticamente distribuído às crianças e jovens do meu tempo, é hoje roubado às novas gerações de jovens e crianças, empanturrados que vivem com centenas de canais televisivos, telemóveis, jogos electrónicos e Internet, um infindável chinfrim de distracções fáceis, em desfavor da dúvida existencial e da consolidação duma “interioridade” que a apenas o silêncio, a solidão e os tempos mortos estimulam.
Quanto ao mais, meets ou “arrastões”, convenhamos que uma análise ponderada e racional descredibiliza os alarmismos de cariz xenófobo com que os tablóides exploram os medos mais básicos às pessoas. Há dias refastelado numa praia do Monte Estoril onde quando eu era miúdo molhar o pé era desaconselhado por causa dos esgotos que despejavam ali bem perto, confrontei-me com um panorama só aparentemente peculiar: o duma mistura saudável de bandos de miúdos de subúrbios de todas as cores (a linguagem é de facto aterradora), ao desfio a mergulhar do pontão para as águas límpidas, turistas do centro da Europa, filhos de emigrantes em visita à Pátria, tias, sobrinhos e dondocas da Linha, todos a partilhar um areal exíguo mas asseado, numa concessão balnear ao nível de um luxuoso hotel de cinco estrelas. O que eu quero salientar é que, apesar dos incidentes que são a excepção e confirmam a regra, é um facto que no meu País, na minha cidade e no meu bairro, a qualquer hora do dia, sinto-me seguro para me deslocar a pé, consultar o telemóvel e transaccionar um bem no espaço público sem grandes desconfianças. Tudo isto é um privilégio que não sendo um dado adquirido, constitui um precioso legado, um consenso negociado e consolidado ao longo de gerações de uma pacífica comunidade de desconhecidos aliados tacitamente, conquistado diariamente através de cedências individuais em prol de uma sã convivência e prosperidade para todos, ou tantos quanto possível. Assim saibamos preservar isto, que é o fundamental.

O espírito do tempo

Se os mórbidos personagens animados "Itchy e Scratchy" da série de TV preferida pelos irmãos Lisa e Bart Simpsons por sua vez também fossem fans de desenhos animados, estou em crer que as suas séries de eleição fossem “O Incrível Mundo de Gumball” ou “Titio Avô” do Canal Cartoon Network. Parece-vos estranha esta cogitação? Façam então a experiência de ver dois ou três destes episódios no canal 47 do cabo e, se ainda tiverem capacidade para tal, espantem-se com a imbecilidade a que podem chegar os enlatados pseudo-artísticos para amestrar crianças retidas em casa.

Sabia que os antigos episódios da Rua Sésamo foram recentemente reclassificados para adultos por causa dos excessos do Monstro das Bolachas, que na sua nova encarnação “politicamente correcta” foi recriado como o "Monstro das Frutas e dos Legumes"? Agora a insolência substituiu a  irreverência como tónico para cativar a criançada: na actualíssima série americana “O Incrível Mundo de Gumball”, onde todos os personagens têm aspecto de pastilhas elásticas mastigadas, impera o multiculturalismo. A família é composta pelo pai Richard, um coelho cor-de-rosa (segundo o site oficial) absolutamente idiota e histérico que contracena com a encantadora Nicole, a mãe atenta e reflectida (como se exige na cartilha da igualdade de género) e a Anais, a irmã mais nova de Gumball, que sai à mãe e é a inteligência em pessoa. Há depois ainda o Darwin, o animal de estimação da família que tem pernas, braços e usa meias e que mais tarde vim a perceber tratar-se dum peixe, o companheiro de aventuras de Gumball, o herói da série que é suposto cativar as nossas criancinhas e cuja burrice a par com o atrevimento o atiram para os mais improváveis sarilhos. Podia-vos aborrecer mais um bocadinho a falar de outras personagens como a professora do Colégio, Lucy Símio, uma assustadora macaca velha em forma de esqueleto que reprime e atormenta os seus alunos, em especial o protagonista principal Gumball, que como vos disse atrás deve pouco à inteligência. Um perfeito "herói" à medida do espírito dos tempos. 

Sobre a série "Titio avô", digo-vos que se lá encontrarem alguma relação com algo de plausível na vida real será pura coincidência: o Titio avô apesar da cara de labrego é "amigo de toda a gente", viaja fora do tempo e do espaço numa casa enorme com rodas e de incríveis faculdades. Os seus principais companheiros de aventuras são Gus o homem Dinaussauro, o Steve que é nada menos que uma vaidosa fatia de pizza de óculos escuros e finalmente o não menos extraordinário "Tigre Realista Gigante Voador" (uma fotografia estática), o aliado deste herói para as batalhas mais surrealistas.  

Perante o fascínio que tanta fealdade e parvoíce exercem sobre a criançada, tranquiliza-me o facto de milhões delas terem dado certo apesar de criadas em ambiente de guerra ou de pobreza. Por isso desconfio que a geração do meu filhote, com mais ou menos mazelas e peripécias, irá também medrar apesar de tudo. De resto, como é evidente, aquilo que é mesmo impróprio e uma ameaça para a formação dos nossos infantes mimados é Monstro das Bolachas.

Os assassinos de Jim Foley

Leio aqui e ali que o assassinato de Jim Foley remete para um suposto falhanço de estratégias políticas das potências ocidentais, com origens mais ou menos remotas e elaboradas, que têm como denominador comum a crítica à civilização Judaico-Cristã democrática e capitalista. Mas por mais hediondos que sejam, os fenómenos humanos não têm uma explicação universal e definitiva. A pretensão que tudo o que acontece pode ser (ou podia ter sido) evitado com um qualquer "plano" é de uma arrogância brutal e perigosa. Hoje como daqui a mil anos constitui um enorme risco o poder (pode ser uma bomba, uma pistola, um megafone ou uma caneta) nas mãos de um homem perverso. Se é certo que as sociedades, num processo extremamente lento, se podem civilizar (e certo é que convivem neste nosso mundo diversos estágios desiguais) a civilidade dum individuo depende de demasiados factores imponderáveis e subjectivos, à revelia das estratégias decretadas de fora para o controlar. Os assassinos de Jim Foley são definitivamente gente viciosa, a quem se espera que seja ministrada uma punição adequada. Tudo o mais, se tiver remédio, vai demorar séculos a mudar. 

Por outro lado

 

 

Tenho muitas dúvidas que a nova ““lei da cópia privada” e a respectiva taxa sobre os suportes de gravação digital adiante alguma coisa na luta inglória contra a pirataria e muito menos que venha a compensar as suas verdadeiras vítimas. Até eu em minha casa já desisti de controlar a forma como os miúdos acedem a toda a sorte de conteúdos que vêm e escutam nos seus computadores ou gadgets – a pirataria vulgarizou-se, é socialmente aceite, e, ironia do destino, na vertigem do gratuito ninguém quer mais saber da qualidade (lastimável) como consomem. 
Mas mais importante do que embarcar no protesto fácil contra esta lei (de notar que a taxa já existia incidindo sobre os aparelhos analógicos entretanto caídos em desuso), seria bom um debate focado em soluções para a questão da cópia ilegal: a extrema facilidade com que pela Internet, através de recursos hoje vulgarizados, se trafica da forma impune toda a sorte de produtos audiovisuais assim “desmaterializados”. Esta realidade vem alterando de forma radical ao longo das últimas décadas todo um modelo de negócio da indústria da edição musical sem que se vislumbre uma fórmula de remuneração equitativa para os seus intervenientes. E quem gosta de boa música ou bom cinema, por exemplo, devia preocupar-se a sério com estes assuntos. 

 

Publicado originalmente aqui

A insustentável consciência de Ser


“É curioso, mas não posso ler um anúncio de qualquer medicamento sem concluir que sofro precisamente da doença em questão e logo na sua forma mais perigosa”.

J.K. Jerome in

Três Homens num Bote

 

 

O desconcertante suicídio dum comediante no pico das férias de Verão, época tão propensa a superficialidades, trouxe para as redes sociais o sedutor tema da depressão e do suicídio, que à boleia concedeu um inaudito protagonismo à disciplina da psicologia, uma “ciência” de extraordinária inexactidão e subjectividade que como uma religião, por estes dias exerce um enorme fascínio popular. Talvez porque, como reza o ditado, “de médico e de louco todos temos um pouco”, nessa medida todos sejamos também psicólogos experimentados, autorizados a conjecturar e opinar, e o mais perigoso, a diagnosticar aqui e ali as mais rebuscadas patologias crónicas, de preferência e com um nome difícil de pronunciar.
De facto, ao final de algum tempo de passagem por este mundo, a incomensurável complexidade de cada pessoa integra no seu legado genético e cultural a sua história, também feita de frustrações e mazelas mais ou menos insanáveis. O resultando é um carácter, uma pessoa, cuja explicação definitiva, para além de irrealizável, seria totalmente inútil. Acontece que todos nascemos marcados pelo “pecado original” da consciência da morte, da dúvida existencial, da intuição do absoluto em oposição ao relativo, e da capacidade para tudo colocar em causa na procura de um sentido para a vida.
Se o número de suicídios que são praticados todos os anos nos alerta para a necessidade de reforço de uma consciência sobre a importância da saúde mental (e quem sabe para a urgência de aprendermos melhor a “tomar (em) conta” uns dos outros), tenho ideia que a banalização duma abordagem pseudocientífica de laivos deterministas a respeito da dor da tristeza, se por um lado corresponde aos interesses económicos dos lobbies industriais e profissionais que a indústria da saúde mental envolve, tais conceitos constituem essencialmente uma ameaça ao livre arbítrio do individuo que afinal só se realiza verdadeiramente na plena assunção e superação da sua realidade. De resto, como é sabido, existem
 remédios muito eficazes para a extinção radical do sofrimento, como é o exemplo da heroína uma droga ainda hoje muito em voga. Fatalmente, como acontece com as outras soluções exteriores à pessoa, vai o bebé pela janela fora com a água do banho.
Irónico que num mundo utópico projectado pelo Homem, assim como não envelheceria ele também não entristeceria jamais. Se as consequências previsíveis da primeira seriam catastróficas, sem a dor da depressão, a maior parte das obras-primas da humanidade jamais teriam visto a luz do dia. A depressão o mais das vezes é apenas o meio-caminho para sermos gente inteira. Sem as dores dilacerantes desse abismo que é a incompletude humana jamais procuraríamos a redenção. Acontece que a causa mais profunda da inquietação humana é o confronto com a solidão ontológica, "disfarçada" com perigosos entretenimentos narcísicos e outros ilusionismos. E suspeito, pelo que me foi dado experimentar, que o único “tratamento” definitivo para esse mal está na Fé, num caminho de pedras que é a construção dum encontro com Deus, com uma ordem superior das coisas que concede sentido ao sacrifício (palavra maldita, eu sei). Justamente a saída que a sociedade urbana, científica e materialista, na sua arrogância pretende deitar para o caixote do lixo da história. Como consequência e no seu lugar, a indústria vem “pesquisando” as mais improváveis Causas biológicas e culturais, rotulando e justificando “cientificamente” as mais imaginativas propensões, moléstias e manias, produzindo dispendiosas mezinhas para tranquilizar tanta inquietação. O pior, é que como observava Chesterton “o homem quando não acredita em Deus tende a acreditar em tudo”.
A propósito de um caso concreto acontecido com alguém que me é muito próximo, confidenciava eu há dias a um amigo que estas incontornáveis ciências novas, deveriam inspirar dos seus profissionais, aprendizes de feitiçaria, uma enorme modéstia e realismo quanto às limitações das técnicas com que operam – Graças a Deus, afinal. 

 

Banda sonora Trouble Will Find Me The National.

Réquiem

Não vêm nos jornais nem atraem as televisões, não deixam obra científica ou literária mas marcam o mundo. São heróis anónimos, “atletas da existência”, vidas venturosas realizadas na relação que cura, no resgate do outro nos territórios mais obscuros do sofrimento e desesperança. Seres de luz que tecem laboriosa e persistentemente uma rede de vida, entrega verdadeira, incontornável legado de humanidade que faz da nossa terra um sítio decente.

Identifico-me com aqueles a quem a aspereza, as contrariedades e a tensão acesa pelo desafio cavam rugas de expressão. Aqueles que não disfarçam o desassossego de uma meta que resvala com o horizonte, aquela da escolha de seguirem o modelo de Cristo. Uma caminhada inconformada, exposta às tortuosas perplexidades de uma vida abraçada de peito aberto. Todos sabemos quais os traços com que se esboça um herói – com o mais reluzente júbilo e a mais insuportável das dores. O resultado é aquele que nos deixa o mais preciso tesouro como herança – o de acreditarmos que é possível.

 

* Dedicado ao Zala, incansável cuidador de "escangalhados", que Deus o tenha em sua infinita glória. 

Da fragilidade

Herdadas ou adquiridas são muito nossas e intrínsecas as fragilidades que fatalmente nos moldaram desde o berço ou antes disso, quais buracos negros havidos de morte. Foi um engano, uma arrogância, quando pensámos que as eliminávamos com o músculo do nosso querer treinado pelos anos. É desconcertante verificar como basta uma faca afiada que entre as couraças das nossas defesas encontre o caminho para aquela carne viva, para que a dor lancinante nos recorde as debilidades de que afinal sempre fomos feitos, apesar das grossas muralhas, que não podemos negligenciar: estão lá porque somos frágeis, não porque somos fortes. 

 

Um prognóstico conservador

Volvidas centenas de contratações factuais e fictícias, profusamente anunciadas e comentadas nos jornais, rádios e televisões, termina por estes dias a estação tola do futebol. Durante mais de um mês os clubes candidatos ao título foram exibindo os seus reforços, quais messias salvadores, promessas de glórias e quimeras. Aos adeptos sequiosos, a cada jogo de treino e torneio estival, sucederam-se desilusões e ilusões, euforias e angustias, sempre alentadas pelo ócio e exageradas pelo calor das férias.

Pela minha parte já estou em condições de fazer um prognóstico, que é naturalmente conservador. Assim, este ano o Porto com novo treinador e uma equipa renovada com o refugo dos espanhóis, apresenta-se como uma incógnita - todos sabemos como os obscuros métodos nas Antas por vezes produzem "milagres". Dos lados de Carnide, conquistada ontem a Supertaça, mesmo partida, a depressão dos lampiões parece amenizada: confirma-se que Jorge Jesus não quer saber da formação, e que, apesar das saídas e dum conjunto mais ou menos remendado, o Benfica deste ano não será nem oito nem oitenta – talvez aquilo bem espremidinho até dê para ganhar alguma coisa nem que seja a Taça Lucílio Baptista.
Finalmente o que mais importa: como comprova a medíocre participação no torneio Teresa Herrera a realidade do Sporting não é para grandes euforias: apesar do modelo de jogo e dos titulares que transitam do ano passado garantirem competitividade, salvo alguma revelação imprevisível, aquilo a que se usa chamar “o banco” não parece garantir qualidade suficiente para o caderno de encargos desta época ao qual acresce a Liga dos Campeões. Esperemos que eu me engane, que o William Carvalho não seja vendido, que o André Martins (falta-lhe "um bocadinho assim") não estoire e que Montero volte aos golos. Vai ser preciso muita garra, superação e alguma sorte para atingir os mínimos pretendidos que em Alvalade é sempre ganhar tudo, no mínimo. Renovado o lugar em Alvalade, pelo sim e pelo não já tomei um duche frio e estou preparado para a nova época – com muitas ganas, mas sem euforias.

 

Publicado originalemente aqui.

Igualdade

Parece-me óbvio que, como refere Roger Scruton em “As Vantagens do Pessimismo”, a igualdade como principal desígnio do ensino só será plenamente alcançada eliminando escrupulosamente qualquer intenção de instruir. Só quando estiver instituído um “objectivo zero” de saber, os alunos sairão finalmente todos iguais. Mas mesmo assim suspeito que um mínimo de discriminação será sempre necessária à escola, por forma a moderar os danos da alarvidade e da força bruta que ascenderá ao topo da cadeia hierárquica.

A propósito dos 150 Anos do Diário de Notícias

Na leitura de “As Vantagens do Pessimismo” do filosofo britânico Roger Scruton chamou-me a atenção a antiguidade da escola secundária High Wycombe Royal Grammar School, frequentada pelo autor, estabelecimento de ensino público (gratuito) fundado em 1542 em High Wycombe, Buckinghamshire.  A questão remete-me para o significado e importância da longevidade das instituições e só a título de exemplo, através de consulta rápida na Internet, descubro que a fundação Banco Barclays e a águia representada como seu logotipo ascende ao ano de 1690 e que a origem do reputado semanário londrino The Spectator remonta a 1711. 
A resiliência de instituições, organismos e empresas reflecte muito sobre a comunidade de que emanam, e o facto é que em Portugal é corriqueiro que se extingam e substituam a recomeçar zero numa vertigem parola como se não houvera ontem. Irónico como a bandeira do nosso País de quase 900 anos de história tem pouco mais de 100 anos e que, por exemplo, a nossa rádio nacional hoje “Antena um” já tenha mudado de nome e de imagem vezes sem conta desde a sua criação como Emissora Nacional em 1935. 
Tudo isto vem a propósito não das consequências da crise do BES, mas das celebrações dos 150 anos que o Diário de Notícias irá completar no final do mês de Dezembro e que, a par com o jornal Açoriano Oriental (1835) e o semanário Aurora do Lima (1855), são os últimos títulos centenários resistentes. Admirador confesso da marca que me habituei a conviver de tenra idade em casa dos meus avós, tenho a confessar que por estes dias já só leio o DN aos Domingos, muito por causa das finas e humoradas crónicas de Alberto Gonçalves que os gritinhos histéricos do Pedro Marques Lopes na página do lado não conseguem ofuscar. Quanto ao mais fui deixando de acompanhar o jornal que na minha fantasia vejo como o tablóide de Viriato Soromenho Marques para quadros médios do funcionalismo público de Lisboa e arredores. Muito pouco para um jornal com tanta história, cujos dados mais recentes apontam para um acelerado declínio de vendas, apesar das diversas restruturações e operações de cosmética efectuadas nos últimos anos. 
Tenho para mim que uma marca antiga e com tanta história como a que ostenta o Diário de Notícias possui, só por isso e apesar da crise, uma incalculável vantagem competitiva no mercado da comunicação social. A não ser que dentro daquelas paredes se não tenha sabido preservar e transmitir o capital de saber acumulado que deveriam conferir 150 anos de experiência. E que os seus actuais gestores não saibam merecer esse legado: o Diário de Notícias não é uma marca qualquer. 

 

Publicado originalmente aqui