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João Távora

Resistência

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Por favor não se esqueçam de elucidar os vossos filhos, netos ou sobrinhos, de que amanhã não é dia das Bruxas, mas sim Dia de Todos os Santos, que evoca todos os heróis cristãos conhecidos ou desconhecidos que vacilando mais ou menos não desistiram do seu caminho de fidelidade a Jesus - uma celebração cheia de significado.

O povo é que paga

Este "novo ciclo" da legislatura vai demonstrar os equívocos e incongruências do nosso sistema republicano de semi-presidencialismo. O desgaste das instituições envolvidas na intrigalhada da baixa política, um triste filme que se repete com todos os presidentes da república. O povo, esse é que paga.

Terra queimada

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Alexandra Lucas Coelho na sua crónica na Antena 1 que na passada sexta-feira ouvi acidentalmente, relativizava a importância histórica do Pinhal de Leiria agora destruído pelo fogo, com o facto daqueles pinheiros terem servido para o trafico de escravos, e que o incêndio é afinal uma oportunidade de requalificação daquele espaço. Na segunda-feira anterior, ainda com o País a arder, a arguta ex-namorada de José Sócrates e jornalista do Diário de Notícias, publicava uma crónica de protesto contra a estátua que homenageia o Padre António Vieira no Largo Trindade Coelho em Lisboa, que classifica como uma “celebração racista do imperialismo e colonialismo”. 

Imbecilidades em todas as épocas se disseram, mas acontece que não saiam da taberna ou da viela em que eram proferidas. Mas preocupa-me que a boçalidade tenha adquirido o estatuto que tem por estes dias, oriunda das franjas marginais da esquerda, num discurso que se vai chegando subtilmente ao "centro político" – só assim se entende o protagonismo concedido a estas duas sinistras personagens no espaço público através de dois jornais chamados de referência e pela rádio do Estado. De resto este protagonismo exagerado destas figuras só é possível pela pobreza do nosso País com uma classe média frágil, volúvel e com fraco sentido crítico. A história de Portugal é um assunto sério que não necessita de revisionismos nem de requalificação trendy. Para o bem e para o mal é dessa Históra que somos feitos, e de que resultam também Câncios, Lucas Coelho e outras desgraças. Isso não significa que capitulemos perante a imbecilidade. Porque a História é um campo de batalha ideológico que se deve reger por uns mínimos de moralidade, não é terra queimada.

Estamos zangados

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Por ironia do destino a horrível mortandade causada pelos fogos que assolaram ontem no País (32 pessoas até à hora em que escrevo) aconteceu poucos dias após a divulgação do relatório independente sobre Pedrogão Grande que divulga como então se instalou o caos na Protecção Civil, como o sistema não funcionou como seria de esperar, fruto de uma incompetência generalizada. Os dados disponíveis indicam que desde então não aprenderam nada tendo a barafunda se repetido ontem. O Secretário de Estado da Administração Interna teve até o desplante de assumir em declarações à SIC que o Estado não tinha condições para proteger as pessoas, que tinham elas próprias a se “autoproteger” porque "não podemos ficar à espera dos bombeiros e dos aviões". Hoje da parte Ministra Constança Urbano de Sousa ficamos a saber que não se responsabiliza por nada do ocorrido, e que o mais fácil era ir gozar as férias que não teve. 

Perante todo este desastre e o ruidoso silêncio dos comunistas e do Bloco de Esquerda, não seria esta a hora de a oposição propor uma Moção de Censura? De que é que estão à espera?

 

Foto: Paulo Novais - LUSA

Uma telefonia portuguesa com certeza

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O meu brinquedo novo: uma magnífica telefonia RCA Victor modelo Emissora Nacional (ou rádio Salazar) de 1935 a funcionar. Um aparelho económico só com ondas médias (não captava rádios estrangeiras), para uso popular (através de subscrição para pagamento em prestações) para propaganda do regime. Ostenta o logótipo da EN com o verso de Camões: "Cantando espalharei por toda a parte". 

Inquietação

O resultado histórico obtido pelo CDS em Lisboa – que tem bem mais actores que a surpreendente Assunção Cristas - a vitória de Rui Moreira e a perda de influência autárquica do jurássico PCP, não disfarçam a má notícia que é a derrota global da direita no país, vencida pela falsa sensação de prosperidade que a conjuntura económica internacional favorece num ambiente historicamente inédito de paz social que a domesticação das esquerdas radicais proporcionou. A verdade é que os grandes desafios de Portugal continuam adiados, e a direita condenada a renovar-se com novos protagonistas e bandeiras, e a preparar um discurso ambicioso, agregador e diferenciado capaz de agitar as consciências alheadas. Ou seja, temos razões para estar muito apreensivos.