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João Távora

O CDS ou Paulo Portas

Hoje decorrem as eleições directas no CDS, partido pelo qual sempre nutri simpatia, e do qual, por questões ideológicas ou meramente afectivas, sempre segui as atribulações.
A previsível vitória do Paulo Portas (PP) sobre o “meu” CDS, mais comprometido com os valores conservadores e cristãos de Diogo Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa, Adriano Moreira ou mais recentemente de José Ribeiro e Castro e Maria José Nogueira Pinto, causa-me a maior das apreensões.
É traço do meu carácter uma necessidade pertença, de compromisso de grupo e dedicação às suas causas identificativas. Mas sempre em plena consciência e liberdade de arbítrio. Nesse sentido, com a descrença na mercenária política “mainstream”, fui divergindo progressivamente do curso desta "pequena história", de vaidades e ganâncias, do poder pelo poder, maquiavélica e tecnocrata. Sem nunca me ter desiludido com a política, (porque apesar de idealista nunca me iludi) hoje, objectivamente apenas me assumo politicamente como monárquico e um convicto cristão católico.
Suspeito que o CDS, uma vez mais travestido de PP (Paulo Portas), me causará os maiores embaraços e constrangimentos, como se de o “meu” partido ainda se tratasse. E assim, chego à conclusão que talvez tenha chegado a hora de aderir ao grupo daqueles que respeitam a memória dos fundadores do partido. Porque o CDS não pode ser uma marca, um franchising, a máquina de logística para um qualquer narcísico arrivista dispor e se servir a seu bel-prazer. Para um qualquer oportunista utilizar na prossecução dos seus egocêntricos objectivos. O CDS não necessita de chegar ao poder a qualquer custo. Necessita sim de quem não necessite dele, mesmo que esses todos caibam num táxi, mas tenham ideais. Para dessa forma um dia legitimamente renascer das cinzas da redundância e da vacuidade ideológica.

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