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João Távora

Hargh!!!

Desvenda-me hoje uma notícia do DN*, o raio da pergunta incluída num inquérito nacional sobre o consumo de drogas - por mim posteriormente confirmada com os miúdos. As luminárias do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), no ano passado, acharam por bem perguntar à rapaziada do terceiro ciclo se o pai obriga a mãe a ter relações sexuais contra a sua vontade, ou se o pai costuma agredir a mãe com murros e pontapés. As coisas que o meu querido Estado quer tirar da boca das minhas inocentes criancinha, às expensas dos meus impostos, ultrapassam o que a minha imaginação pode alguma vez alcançar. Ponho-me a imaginar a perplexidade da Margarida perante aquelas "pertinentes" perguntas…
Suspeito que estes CEPDs, SPTTs, IDTs da vida, instituições "sociais" pseudo-científicas, prosseguem paulatinamente a fórmula infalível de derreter inutilmente orçamentos. Assim produzem-se estudos e estatísticas que servem mais para sossegar consciências, disfarçar a impotência e ineficácia da máquina, a incompetência e o diletantismo. Às vezes apetece-me emigrar!

* Inquérito sobre droga - Pais indignados com questionário feito em escolas pp. 20 (sem link)

Um fado

Nesta confusa e agitada manhã de Inverno, constato a bandalheira que grassa nesta Lisboa, “terra de ninguém”. A cada recanto das ruas alfacinhas, o lixo acumula-se aos molhos, amontoado pelo vento, ou por qualquer mais zeloso comerciante. A cidade parece-me triste, ainda adornada pelas descoloradas decorações natalícias, apagadas, à espera de uma devida recolha.
Panorama mais deprimente só é possível quando a tudo isto se juntam os despojos de uma latina e “encarniçada” campanha eleitoral, que habitualmente apodrecem durante meses, esvoaçando nas paredes, painéis e candeeiros de Lisboa.
Falamos do mesmo há séculos, mas a civilidade tarda.

História de algibeira (14)

Segundo um relatório de um espião da coroa britânica de serviço em Lisboa ao tempo da “questão inglesa” era nas manobras dos chefes políticos que estava a lógica dos acontecimentos, porque em Portugal “a animosidade dos partidos é mais poderosa do que o patriotismo”.

George Petre, oficio a lord Salsbury, 31.3.1890 In D. Carlos – Rui Ramos, Círculo de Leitores 2006

História de algibeira (13)

Em cima, um precioso instantâneo de Joshua Benoliel, tirado no fatídico dia 1 de Fevereiro de 1908 no Terreiro do Paço onde se encontram D. José de Mello (Sabugosa), Tenente-coronel Alfredo de Albuquerque, Conde de Castro (meu bisavô), Capitão Roçadas e o conde de Mesquitela, aguardando a chegada da família real vinda de Vila Viçosa.

(Fotografia daqui)

Os astros chegaram à estrada

Sabia que os astros, além de condicionarem os traços da nossa personalidade, influenciam também nossa condução automóvel e – consequentemente - a sinistralidade? Pelo menos para mim, esta revelação de hoje no DN é verdadeiramente fantástica! E espero que alguém da minha companhia de seguros tenha lido este artigo e decida baixar o prémio do meu seguro! É que eu sou do signo Leão, e segundo o sério estudo de Lee Romanov sou um verdadeiro artista da estrada (as coisas que se descobrem…). Pelos vistos as minhas probabilidades de ter qualquer azar são decididamente mais baixas… a não ser que inadvertidamente me cruze na estrada com um condutor do signo Balança.
Pensando bem o melhor é não “baixar a guarda”.

O “Desportivo” à borla

A vida dos nossos três diários desportivos nacionais não deve ser fácil. Com um futebol (que é o desporto que vende) pouco competitivo, um campeonato curto (com 32 jornadas) e as limitadas ambições internacionais das equipas portuguesas, admiro-me como sobrevivem os jornais Record, A Bola e O Jogo. De notar que vai para três semanas que não há futebol profissional, foi de férias, encontra-se a banhos em nenhures. O tempo é de entrevistas parvas, plantar relvados, e dispensar jogadores medíocres. Num esforço titânico, os jornais desportivos nacionais espremem insignificantes factos e inverosímeis especulações até à exaustão.
No news, bad (?) news. Agora chega um novo jornal, o Diário Desportivo de distribuição gratuita. Se tivermos em conta a pouca substância noticiosa do desporto nacional, pergunto-me se o “queijo” milagrosamente vai chegar para todos. A ver vamos.
Finalmente, o que faz mesmo falta é que os “artistas” voltem aos relvados, e como diz o povo das bancadas, “joguem à bola”!

Voltando às coisas sérias

No sábado à tarde, às voltas pelo Chiado, reparei numa fila a começar numa loja não identificada na Rua Garrett que descia ordenada curvando pela Rua do Carmo abaixo. Pensei por momentos que o estabelecimento era assim um zeloso posto avançado da Direcção-Geral de Finanças em laboração contínua… Mas não. Também me lembrei de descrições do racionamento durante a II Grande Guerra, mas nestes tempos de abundância isso não fazia sentido nenhum. Logo me apercebi que a ordeira “bicha” se destinava à aquisição… dos cartuchos para a Nespresso. Posteriormente um avisado colega esclareceu-me que tal fenómeno não era grave pois a marca vende pelo correio e em breve irá abrir uma loja no Porto.
Eu, por mim, acabei a tarde de sábado comodamente na Benard a lanchar um quentinho croissant com chocolate e um sumo de laranja natural. Cada um tem aquilo que merece.