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João Távora

Mudar de vida

Ontem de passagem pela rua D. Pedro V, no meio de alguma agitação entre os transeuntes, notei uma anormal quantidade veículos multados e “bloqueados” pela EMEL. Ao contrário do João Gonçalves, confesso que tenho altas expectativas quanto à definitiva implementação da ordem no parqueamento automóvel em Lisboa. Por mim, nunca me conformei com a anarquia e o caos reinante no estacionamento. Considero aliás este fenómeno uma praga terceiro-mundista, a qual como outras, nos habituámos a conviver naturalmente sem questionar. Até quase acreditarmos que esta manhosa relação com as regras seja uma inevitabilidade inscrita nos nossos genéticos traços latinos. Eu sou português, considero-me tolerante, bem latino e emocional, mas não sou parvo. Não aceito esbarrar diariamente com um automóvel estacionado bem no centro passeio da rua Barata Salgueiro, onde eu trabalho. Não me parece justo, depararmo-nos com o trânsito nessa mesma via todo empancado, por causa duma amélia, que em plena hora de ponta estaciona a viatura em segunda fila para tomar um cafezinho na pastelaria junto aos semáforos. Ou quando algum manuel estaciona em segunda fila ao fundo da Alvares Cabral para ir ao Multibanco… Ou ainda quando se estaciona caótica e impunemente em redor dos centros comerciais, casas de espectáculos e estádios de futebol por mera rebeldia ou para poupar uns cêntimos. Isto não se deve à falta de transportes públicos ou parques de estacionamento é mesmo falta de regra, falta de educação.
Finalmente, e dadas as actuais circunstâncias da CML esta “mudança” parece-me reflectir coragem, merece o meu aplauso e espero que se torne norma. Por mim, eu aprovo este “ataque às liberdades individuais” de alguns "chicos-espertos"ou "portugueses pequeninos", que não enxergam onde acabam os seus direitos e começam os dos outros.

Venham mais reformas, Sr. Engenheiro!

Para que se enfrentasse um dos mais paradigmáticos ex-libris do Portugal moderno, o mercado de arrendamentos imobiliário, o governo Sócrates engendrou a seu tempo uma profunda reforma às leis que o regulamentam. Calculavam-se à data que eram mais de trezentos mil os contratos caducos potenciadores da falência dos senhorios, da derrocada de edifícios e da especulação imobiliária. Segundo noticia o Diário Económico, o governo Sócrates, promoveu 3 revisões de contratos 3, ao fim de dez meses da publicação da sua excelsa e intricada lei.
Ou seja, depois de tanta berraria, ficou tudo na mesma.
Mesmo assim tenho curiosidade em saber como a central de propaganda do governo capitalizará a seu proveito esta notícia.

Impressões musicais (10)


Low, de David Bowie (1977), é sem dúvida um dos discos da minha vida. Com o cantor/compositor no auge da sua criatividade, e com a incontornável e benigna marca Eno, este álbum é um verdadeiro tratado de música Rock. No lado A deste disco verdadeiramente "bipolar" apresenta-se do mais puro Rock n’ roll: são sete melódicas esculturas musicais, temas rápidos, simples e sem divagações, batidas por uma percussão áspera e pragmática. As palavras são incendiárias e insinuantes. No lado B, apresentam-se quatro belas e misteriosas peças instrumentais, criadas para a banda sonora do filme “O Homem Que veio do Espaço” de Nicolas Roeg. Qualquer destes temas de música electrónica é uma lição de chamado Rock Progressivo, à atenção de tantas pretensiosas bandas do género existentes naquela época.
Quantas longas e preguiçosas horas passei eu de cabeça bem no ar, meio perdido no caminho, com Low a rodar? ...

Domingo

(1º da Quaresma)

Evangelho segundo S. Lucas 4,1-13.

Cheio do Espírito Santo, Jesus retirou-se do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto, onde esteve durante quarenta dias, e era tentado pelo diabo. Não comeu nada durante esses dias e, quando eles terminaram, sentiu fome. Disse-lhe o diabo: «Se és Filho de Deus, diz a esta pedra que se transforme em pão.» Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: Nem só de pão vive o homem.» Levando-o a um lugar alto, o diabo mostrou-lhe, num instante, todos os reinos do universo e disse-lhe: «Dar-te-ei todo este poderio e a sua glória, porque me foi entregue e dou-o a quem me aprouver. Se te prostrares diante de mim, tudo será teu.» Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto.» Em seguida, conduziu-o a Jerusalém, colocou-o sobre o pináculo do templo e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo, pois está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, a fim de que eles te guardem; e também: Hão-de levar-te nas suas mãos, com receio de que firas o teu pé nalguma pedra.» Disse-lhe Jesus: «Não tentarás ao Senhor, teu Deus.» Tendo esgotado toda a espécie de tentação, o diabo retirou-se de junto dele, até um certo tempo.

Da Bíblia Sagrada

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