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João Távora

Lá vamos cantando e rindo...

O nosso zeloso regime republicano, (de Arriaga, Teófilo, Cabeçadas, Salazar, Tomaz, Gomes, Soares e tantos outros), que tão exuberantemente nos vem governando há quase 98 anos, prepara, pela cabeça das suas luminárias oficiais, umas opíparas e masturbatórias celebrações centenárias. O regime implantado pela força da violência, e arreigado à custa da mentira e da ingenuidade popular pretende dentro em breve promover-se em opulenta festa nacional. À conta dos meus impostos. Para isso, não serão poupados esforços na propaganda ou meios para a maquilhagem da história. Antevêem-se para esta orgia regimental a consumação de novas e prometidas conquistas populares, como uma lei para o casamento entre homossexuais e quem sabe que outros brindes mais.

Conversão à liberdade

A propósito da leitura do livro dos Actos dos Apóstolos em baixo: o cristão convertido é existencialmente insatisfeito, tem sede de uma verdade maior. Não é feliz por ter, antes por ser. É feliz numa paz interior, de quem é profundamente livre da alienação, porque sabe ao que vem, e a quem serve. Porque aprende a amar. Porque aprende a confiar, porque aprende a entregar-se.
O cristão convertido assume o compromisso de viver em Cristo. Na prossecução da felicidade, no cumprimento desse amor, e porque não é egoísta, procura espalhar a preciosa Palavra redentora. Com humildade aos acomodados e distraídos. Com valentia, não temendo os poderosos do mundo, apregoa a Boa Nova bem alto aos novos fariseus "os de maior categoria". Despreza a sua mundana glória fácil, sendo piedoso e complacente com as modernas “Senhoras devotas”. Porque o cristão convertido acredita no livre arbítrio de toda a criatura de Deus. Acredita que enquanto existir desejo de verdade, enquanto houver um excluído do opulento banquete dos homens, aí encontrará terra fértil para a palavra de Deus. Aí se encontrará Cristo vivo, a felicidade verdadeira e a esperança na ressurreição. Mesmo que ainda tenha de voltar à clandestinidade das catacumbas, e ser humilhado no circo da soberba e da arrogância.
Eu, católico confesso, tenho esperança numa profunda conversão.

Domingo

Livro dos Actos dos Apóstolos 13,14.43-52.

Quanto àqueles, deixaram Perga e, caminhando sempre, chegaram a Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se.
Depois da reunião, muitos judeus e prosélitos piedosos seguiam Paulo e Barnabé, os quais, nas suas conversas com eles, os exortavam a perseverar na graça de Deus.
No sábado seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a palavra do Senhor. A presença da multidão encheu os judeus de inveja, e responderam com blasfémias ao que Paulo dizia.
Então, desassombradamente, Paulo e Barnabé afirmaram: «Era primeiramente a vós que a palavra de Deus devia ser anunciada. Visto que a repelis e vós próprios vos julgais indignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios, pois assim nos ordenou o Senhor: Estabeleci-te como luz dos povos, para levares a salvação até aos confins da Terra.»
Ao ouvirem isto, os gentios encheram-se de alegria e glorificavam a palavra do Senhor; e todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé.
Assim, a palavra do Senhor divulgava-se por toda aquela região.
Mas os judeus incitaram as senhoras devotas mais distintas e os de maior categoria da cidade, desencadeando uma perseguição contra Paulo e Barnabé, e expulsaram-nos do seu território.
Estes, sacudindo contra eles o pó dos pés, foram para Icónio.
Quanto aos discípulos, estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.

Da Bíblia sagrada

Rivalidades

Gostar de futebol a sério é viver a vertigem dum derby. É assumir uma apaixonada rivalidade. É agigantar as expectativas e atirar os foguetes todos, mesmo antes da festa. Desdenhar os rivais, arranjar lenha para nos queimar. É a desonestidade intelectual com antecipado perdão. É um jogo perigoso para uma eufórica glória... ou apenas uma efémera desilusão. Uma amável e salutar criancice.

Uma luz que vem do túnel

Do alto da torre 3 das Amoreiras, nesta tarde soalheira e cristalina, observo contente o trânsito que flui suave, como se hoje fosse um calmo Domingo de Agosto. Uma experiência única a que nos vamos habituar facilmente, como acontece sempre com as coisas boas.
O resto, é o ruído de uma democracia doente e de um país deprimido, com medo de ser feliz.

Da arrogância e mesquinhez

Alguns comentários a este meu texto, reflectem quanto a mim uma incomensurável arrogância e mesquinhez. Eu explico: não sou jornalista nem historiador, e assim sendo esta foi uma abordagem à efeméride assumidamente intimista, obviamente subjectiva. Escusei-me deste modo a descrever experiências e FACTOS por mim vividos que guardarei para outros públicos. Limito-me a falar de sentimentos e sensações por mim vividos. Os meus sentimentos não são comparáveis qualitativamente ou quantitativamente com os de ninguém mais, foram tão só experiências pessoais únicas. Vivi esta revolução e não outra, através dos meus sentidos e não pelos de outros... naturalmente condicionado pela minha história e origem sociológica.
De resto no meu texto assumo a benignidade da revolução grosso modo, de um ponto de vista racional e pragmático. De todo egoísta, e garantidamente democrático. Como prova disso, recebam lá estes cravos escolhidos a preceito.

PS.: Caro João: Não sofro desse tipo de alergias, mas obrigadinho na mesma!

Esta festa não é minha

Mal terminada a festa, quando parecia conquistada a esperança, logo uma escumalha ressabiada e intolerante ocupou a praça, a estragar tudo. A turba em tons vermelhos e de punho erguido bradou à morte e incitou à guerra. A que chamavam luta. Iniciando então um impiedoso assalto ao poder que todos os dias nos roubava mais a liberdade. Então, a revolução de 74 abalroou a nossa vida, assaltou a casa dos meus pais. Para nos tornar em novos proscritos. Como foi possível tanto ódio?
Na época, eu era um imberbe e juvenil estudante, que por imitação do meu pai me tornara precocemente politizado e discursivamente assertivo. E foram muitas as angústias e apreensões vividas em família naqueles inesquecíveis tempos “revolucionários”.
Os sentimentos por mim experimentados na sequencia da revolução de Abril, as memórias que guardo daqueles protagonistas, as lembranças dos seus esgares e trejeitos fanáticos, das suas arbitrariedades e da minha total impotência, causam-me ainda hoje amargos sentimentos.
Reconheço na democracia conquistada a posteriori o melhor sistema político possível. Como cristão e democrata, bater-me-ei sempre com todas as minhas forças pela liberdade e pela justiça. Hoje como então.
Por mim, agradeço a liberdade pela qual afinal também lutei. Mas não me convidem para esta festa da qual fui excluído faz amanhã 33 anos.
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Ilustração daqui

Ter um filho, plantar uma árvore e...

Hoje dia mundial do livro, descubro este surpreendente site que democratiza definitivamente o livro. Para quem ambicione completar a velha trilogia de ter um filho, plantar uma árvore... e queira mesmo publicar um livro. Em lulu.com a edição do autor é mesmo para todos, tão fácil como plantar uma árvore. “O meu bóbi”, o “meu blogue” ou a minha “tese de doutoramento”. O meu “álbum fotográfico”, “a minha poesia” ou a “minha miúda” tudo escarrapachado num pomposo livro, para todos os gostos e bolsas. Com ou sem ISBN, só para a família e para os amigos ou para vender numa qualquer amazon da vida e talvez ficar famoso. As editoras “clássicas” que se cuidem.

Perigoso ilusionismo

Isto a mim não me faz rir coisa nenhuma, caro Rui Carmo. A imaculada gestão das relações públicas pelo Bloco de Esquerda deveria ser um caso de estudo. A eficiência dessa gente na gestão da sua imagem e na domesticação dos media é fenomenal. Qualquer grande partido ou multinacional almeja os espantosos resultados de marketing e relações públicas alcançados por estes laboriosos ilusionistas da política doméstica. O diácono Louçã, a emanação da esquerda radical inquisidora, protagoniza o fenómeno, com o Jerónimo no sapato. Representam o extremismo engagé, um "revanchismo" envernizado, a carbonária pós-moderna a três passos do poder. A gravata é um adereço de fácil acesso.

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