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João Távora

Tesouros de Walt Disney


Faz hoje 73 anos que estreou nas salas de cinema The Wise Little Hen (A Galinha Sabichona), curta-metragem da genial série de Walt Disney Silly Symphonies, película que marca a estreia mundial do popular personagem Pato Donald. A peça (de que a minha filha Carolina tão fanaticamente gosta) é uma genial fábula musical em que uma galinha, apenas com a ajuda dos seus pintos, semeia, cuida e colhe o milho. Donald e o amigo porco, que à distância dançam e cantam as desculpas para se esquivarem ao trabalho, no fim arrependem-se amargamente do seu egoísmo e preguiça quando lhes é recusada a participação num lauto e apetitoso lanche. Hoje este filme faz parte de uma esplêndida colectânea “Walt Disney - Os Melhores Contos da Animação” de grande sucesso em minha casa. O DVD, para bom grado das nossas crianças, possui uma versão muito bem dobrada em português - de realçar que muitos dos filmes são cantados com preciosas polifonias à boa maneira americana dos anos 30 e 40. A colectânea inclui A Lebre e a Tartaruga, Os Três Porquinhos (que inclui um terrível lobo mau com carregada pronúncia alemã), O Patinho Feio (nas versões de 1931 e 1939) O Rato do Campo e o Rato da Cidade, O Capuchinho Vermelho, A Arca de Noé, O Rei Midas, A Cigarra e a Formiga e O Velho Moinho, laureado com um Óscar da Academia, entre muitas mais preciosidades. Tudo esplendidamente musicado como só Carl W. Stalling ("Quem tem medo do lobo mau?") sabia fazer.

Quem vai à guerra...

Nunca as minhas relações, mais ou menos circunstanciais, dependeram das diferentes simpatias clubísticas, crenças, ideologias e outras sensibilidades. Por exemplo, entendo que ser ateu, em abstracto, é uma crença tão válida e respeitável quanto a minha. Dos meus amigos de sempre, raros foram os que coincidiram no todo ou em parte com as minhas causas. Aliás, sabe quem me conhece, como os acidentes da minha vida me cruzaram com mais extremos e “alternativos” caracteres humanos. Ser democrata, ser tolerante ou solidário, mais do que valores ou causas, são atitudes postas à prova na relação concreta. Admito que são metas mesmo difíceis, sempre precariamente viáveis, através da aprendizagem da maturidade e do auto-conhecimento. Tolerância e solidariedade valem muito pouco como causas ou propaganda. São atitudes que se treinam com a escola da vida, na experiência da relação, com atitudes e comportamentos. No dia-a-dia, pela vida fora. Tudo o mais são BA-LE-LAS.
De resto, quem ocupa os palanques dos partidos, as páginas dos blogues ou dos jornais (com que direito?!) a insultar a inteligência dos seus semelhantes, numa atitude arrogante, provocadora e inquisitória, deve, no mínimo, saber encaixar desportivamente umas valentes traulitadas verbais.