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João Távora

D. Carlos em Cascais

Enquanto hoje, para deleite dos apaniguados da república, Aquilino Ribeiro vai a trasladar para o Panteão Nacional - não sei sob que critério - permitam-me dar nota de que foi inaugurada no passado Sábado, aqui no meu concelho de Cascais, na rotunda D. Carlos I, Areias – Guincho, uma singela estátua desse nosso notável Chefe de Estado, penúltimo rei constitucional de Portugal, herói e mártir, a quem o país e a história tardam em fazer justiça. Na cerimónia de inauguração marcaram presença António Capucho, Presidente da Câmara Municipal e D. Duarte de Bragança.

P.S.I: Infeliz o povo acrítico que ignora a sua história, despreza os seus heróis e mitifica a mediocridade.
P.S. II: Apaniguado: adj. e s. m., protegido; favorecido; favorito.

Domingo

Evangelho segundo São Lucas 15, 1-10

Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles».
Jesus disse-lhes então a seguinte parábola:
«Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar? Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’. Eu vos digo: Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos, que não precisam de arrependimento. Ou então, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e tendo perdido uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente a moeda até a encontrar? Quando a encontra, chama as amigas e vizinhas e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida’. Eu vos digo: Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se arrependa».

Da Bíblia Sagrada

As coisas nos seus lugares

Inveterado emocional como sou, na quarta-feira deitei-me com um amargo de boca, incomodado com a tragicomédia que foi o desfecho do Portugal vs. Sérvia. Tudo correra mal, e o pior ainda era o humilhante comportamento do treinador. Admiro quem logo no dia seguinte friamente opinou, julgou e escreveu, enquanto eu fiquei literalmente amuado. Privilégio(?) de quem não é colunista ou jornalista.
Scolari, nos dias da minha vida, foi o seleccionador que mais longe levou as cores da equipa nacional de futebol. Scolari, de facto, anteontem excedeu-se, cometendo uma argolada grave. Aborrecida para a débil imagem da minha tribo e comprometedora para os objectivos desportivos da rapaziada da bola. De caminho, a sua imagem ficou bastante chamuscada: imagino o que no dia seguinte o caçula do treinador ouviu no colégio... E compreendo que algumas marcas estejam a fazer contas de cabeça à rentabilidade da imagem do nosso ex-prazenteiro seleccionador. Ele, que afinal foi o melhor que eu conheci à frente da selecção nacional nos meus quarenta e seis anos de idade. O único que, por exemplo, com olímpica indiferença, ultrapassou os lobbies clubistas e outras máfias domésticas - com os resultados que se conhecem.
Tudo isto é uma chatice, um aborrecimento, eu sei. Mas não é mais do que isso, é futebol; e por mim, que não sou presidente da UEFA, o Sr. Scolari está mais do que perdoado. Espero que a justiça desportiva não seja severa e que ele possa voltar quanto antes a sentar-se no banco a liderar os seus rapazes. E dessa forma dar-nos mais algumas alegrias com as cores republicanas, no único uso onde ganham alguma graça. Para que no fim, seja qual for o resultado alcançado no europeu de 2008, Filipão se despeça da demanda portuguesa com merecido orgulho e dignidade.

As portas de São Bento II

Bob Geldof, ao contrário de Dalai Lama, não traz melindres diplomáticos a S. Bento e é um famoso ícone do moralismo Pop, “we are the world” (de esterilidade garantida) que é muito caro à esquerda "moderna".

Então... feliz ano novo!

Talvez seja uma ilusão, mas o final do Verão sempre me pareceu demasiado abrupto: no espaço de uma ou duas semanas, os longos e radiosos dias quentes escurecem e minguam vertiginosamente, trazendo consigo uma suave nostalgia, quando não uma recôndita angústia. De repente sentimos saudades do Verão que passou... ainda na semana passada, num fim de tarde na Adraga, com chinelos e poeira, um petisco e uma cerveja, aquela eufórica sensação de liberdade e o coração tão aceso. Confesso que, apesar de trabalhar durante grande parte do Verão, vivo-o com o jovial espírito de “férias grandes” de outrora. São os jantares tardios na varanda, a cidade utopicamente deserta, as coloridas esplanadas para beber um simples café ou as longas saídas de fim-de-semana.
E de repente a rotina doméstica altera-se com a preparação do retorno às aulas. Umas "cópias" e umas leituras forçadas vêm cortar a indolência das tardes de Setembro à pequenota. Há uns amuos e os sonos ainda trocados. Os mais velhos resistem como podem ao fim da época balnear, e numa manhã destas finalmente lá foram, contrafeitos, tomar nota dos horários.
Hoje, a trovoada e uma impiedosa chuva matinal aqui em Lisboa desfizeram definitivamente qualquer veleidade: apesar da praia estar logo ali atrás, começou de vez o ano lectivo, uma nova época de trabalho, aventuras e novas oportunidades. Para todos aproveitarmos com renovadas forças. Afinal, o meu verdadeiro ano novo ainda começa sempre no fim do Verão.

Atracção fatal

O cisco no olho... do vizinho!

Curioso depararmo-nos com o inefável Daniel Oliveira a julgar “os que se julgam no lugar certo da história”. Claro que a condenação se refere aos frívolos críticos dos métodos bolchevistas e à revolução de Outubro, não se tratando de uma iluminada declaração autocrítica. Dentro da sua barricada é de facto difícil a apreciação da história e do mundo, Daniel.

Domingo

Evangelho segundo São Lucas 14, 25-33

Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo: ‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’. E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz. Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».

Da Bíblia Sagrada