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João Távora

E a vida continua

Acabo de chegar da Ota, dum agradável almoço com parentes e amigos no Clube de Tiro local. Entre os convivas, alguns vivem lá e detêm terras ou negócios na zona. O único comentário que ouvi ao malogrado aeroporto foi: “Depois de trinta anos de expectativas, as hipóteses eram duas; ou ganhávamos dinheiro ou sossego. Ganhámos sossego, o que também é muito bom”. Enquanto as conversas se desenrolavam animadas pelos digestivos e o crepitar da grande lareira, lá fora a criançada jogava à bola ou brincava nos baloiços. E a tarde caía pacifica e rosada sobre a terra e os pinheiros.

"Spam" telefónico

Foi há alguns anos que me inscrevi no Círculo de Leitores com o intuito de subscrever a magnifica colecção Reis de Portugal cujo último volume, D. Manuel II, orgulhosamente atafulhei na estante faz agora um ano. Não fora alguns contactos de marketing directo para o meu telemóvel, a minha relação com a editora já tinha cessado há muito. Acontece que respeito o trabalho de toda a gente e, por deformação profissional, devo alguma tolerância extra aos vendedores, mesmo provenientes dalgum exasperante call center.
O episódio surrealista que a seguir relato ensina o que não deve ser uma operação de marketing (pouco) “relacional”, ou o que é uma estratégia de vendas suicida:
Recentemente, num final do dia, quando eu ia a caminho de casa, uma senhora do telemarketing do Círculo de Leitores apanhou-me pelo cansaço. De seguida e sem piedade disparou o seu inquérito numa irritante voz anasalada: “O Sr. João (!) está contente com o serviço do Círculo de Leitores?” “O Sr. João recebeu a última revista do Círculo de Leitores?” “Olhe, estamos a fazer uma promoção especial para a Colecção Reis de Portugal, conhece?”
Com caridade cristã esclareci a senhora que o Sr. João era um feliz possuidor da dita colecção, que se sentia bem servido com a que lhe coubera em sorte... e com a licença dela desliguei a chamada educadamente.
Quinze dias depois recebi nova investida telefónica da mesma editora: “O Sr. João (!!!) pode falar agora?” “Está contente com o serviço?” “E, a propósito, sabe que a Colecção Reis de Portugal está agora com 50% de desconto?”
... Atingido de morte, ainda tive coragem de esclarecer a Senhora que afinal eu era com um daqueles trouxas que a seu tempo comprara a dita colecção pelo dobro do preço!

Propaganda Não Solicitada

Pobreza (diria franciscana se não me referisse de um fervoroso laicista) é quando um dos raros republicanos praticantes da modernidade, o Prof. Vital Moreira, recorre a um “proto”-republicano para ornamentar condignamente a sua galeria de heróicos mitos. Falo de Passos Manuel, insigne progressista e liberal de primeira vaga, devidamente homenageado e reconhecido pela monarquia constitucional. Na fotografia datada de Julho de 1907, de Joshua Benoliel, vemos D. Carlos visitando as obras de construção das (actuais) instalações do Lyceu Passos Manuel, recebendo explicações de Rozendo Carvalheira sobre projecto.

Fotografia daqui

Fazer história

Aproxima-se o centenário da revolução republicana que, não sendo uma data feliz, é uma data histórica e como tal será assinalada. Se para os seus devotos se trata de comemorar, para nós monárquicos e cidadãos livres trata-se tão só de rememorar.
Garantidos estão já discursos laudatórios e pomposas evocações: o regime celebrará a data do seu nascimento e a sua sobrevivência por um século. As comemorações oficiais não se debruçarão sobre a república proclamada em 5 de Outubro de 1910, mas sobre um regime idealizado e abstracto, sobre generosas intenções que se presumirão nos republicanos de 1910, e das quais os políticos comemorantes se pretenderão afirmar-se herdeiros.
Acontece que estas celebrações, pela intrujice histórica em que se sustentam, constituem uma oportunidade única de sobrepor alguma verdade histórica à descarada propaganda oficial. Assim, beneficiando da democrática ferramenta de comunicação em que se tornou a Internet, um grupo de cidadãos juntou-se com a intenção de desenvolver uma plataforma informativa on line, o www.centenariodarepublica.org. Ainda em construção, neste sítio pretende-se coligir informação histórica, desde simples dados estatísticos a imagens e transcrições da época, acontecimentos e ensaios, até artigos de opinião que terão lugar privilegiado no blogue associado http://centenario-republica.blogspot.com que esperamos que se afirme a curto prazo como um privilegiado espaço de fervilhante polémica e o aceso debate.
Idealizada a iniciativa pelo Carlos Bobone e por mim há quase um ano num primaveril almoço, cedo desfiámos um pequeno núcleo de voluntariosos colaboradores para o arranque do projecto; são eles o nosso Duarte Calvão, João Paulo Carvalho, Nuno Pombo, e o Paulo Cunha Porto.
O trabalho a sério vai começar, e esperamos que venha a revelar-se uma eficiente contribuição, uma boa fórmula de contrariar a propaganda que o regime prepara para a efeméride sob a batuta do “suspeitíssimo” Prof. Vital Moreira e para a qual contamos com a participação de todos que assim o desejarem.
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Na ilustração: logótipo da Plataforma do Centenário, composto por uma caricatura destacada do jornal Papagaio Real nº 7 do ano de 1914 representando a guarda republicana em perseguição dum ardina que distribuía jornais monárquicos.

História de algibeira (30)


Em 30 de Outubro de 1878 foi inaugurada a iluminação eléctrica em Lisboa com 6 candeeiros Jablochkoff (na imagem) colocados no Chiado “graças à dedicação de sua majestade , el-rei e à actividade do Sr. conselheiro Nazareth” (DN 30 de Outubro de 1878). Onze anos depois a luz chegou à avenida da Liberdade com a instalação de 37 candeeiros de arco voltaico através da recém implantada rede eléctrica de distribuição pública.

Fontes: Lisboa Desaparecida - Marina Tavares Dias, História da Energia e Wikipédia

Paulo Bento

Vai radicalmente contra a cultura portuguesa de resolver as questões estruturais com correcções superficiais e de circunstância. Mas é urgente que a direcção leonina resista à tentação de resolver a crise da equipa de futebol profissional do Sporting com o despedimento de um treinador que para além de competente é determinado e destemido. A manutenção da confiança e de uma racional serenidade, sem paliativos, durante a travessia do deserto que se adivinha (falo de resultados desportivos evidentemente) significa a médio prazo a consolidação, crescimento e maturação de uma equipa potencialmente vencedora.

Domingo

Evangelho segundo São Mateus 3, 13-17

Naquele tempo, Jesus chegou da Galileia e veio ter com João Baptista ao Jordão, para ser baptizado por ele. Mas João opunha-se, dizendo: «Eu é que preciso de ser baptizado por Ti e Tu vens ter comigo?». Jesus respondeu-lhe: «Deixa por agora; convém que assim cumpramos toda a justiça». João deixou então que Ele Se aproximasse. Logo que Jesus foi baptizado, saiu da água. Então, abriram-se os céus e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre Ele. E uma voz vinda do céu dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência».

Da Bíblia Sagrada

Centenário do Regicídio - 1 Fevereiro 2008


A quem possa interessar, eis aqui o programa do Centenário do Regicídio. De resto, esta e muito mais informação pode ser consultada em www.regicidio.org. Uma nação sem memória é uma nação condenada.
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31 Janeiro 2008 - 21:30 - no Auditório Cardeal Medeiros, Biblioteca João Paulo II - Universidade Católica Portuguesa-Lisboa, Conferência "Dom Carlos I, Um Rei Constitucional", Orador principal - Rui Ramos.
31 Janeiro 2008 - Após a conferência no mesmo local - Concerto pelo Grupo de Música de Camara da Banda do Exército.
1 Fevereiro 2008 - 17:00 horas - Concentração no Terreiro do Paço, junto à placa evocativa do Regicídio.
1 Fevereiro 2008 - 19:00: Basílica de São Vicente de Fora, em Lisboa, Requiem Soleníssimo "In Memoriam" do Centenário do Regicídio presididas por Sua Eminência O Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa. Deposição de coroas de flores e homenagem solene aos túmulos de Sua Majestade O Rei Dom Carlos I e de Sua Alteza Real O Príncipe Herdeiro, Dom Luís Filipe.