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João Távora

Revisitar a revolução

 



Já com alguns artigos e conteúdos, o projecto da Plataforma do Centenário da República está finalmente on line, a caminho de 2010 com diversas e promissoras iniciativas manga. Agora que temos nomeada uma Comissão Organizadora com uma forte marca de moderação em vias de ser empossada, a Plataforma do Centenário prepara-se também para ser um contributo sério para uma rememoração lúcida da nossa revolução de Outubro.

Cinquenta anos a estrumpfar

 



 


Descubro pelo Diário de Notícias de hoje que os Estrumpfes, aqueles simpáticos duendezinhos azuis, estrumpfam este ano meio século de existência. Da autoria de Peyo (1928-1992), esta fabulosa série de banda desenhada nasce quando aqueles minúsculos seres emparceiraram uma divertida aventura de Jean et Pirlui, dois prazenteiros escudeiros medievais em La Flûte à Six Schtroumpfs. Foi tal o sucesso dos personagens que logo ganharam autonomia iniciando-se assim uma bem sucedida série com o álbum Les Schtroumpfs noirs. Os Estrumpfes, iluminaram a minha infância, sempre estrumpfando contra os maus, cortejando a bela Estrumpfina, e de caminho colhendo um pouco mais de Salsa Parrilha (o que quer que isso seja) para gulosamente se estrumpfarem. 


Gloriosos bonequinhos estes, que as americanas técnicas de animação jamais conseguiram dignificar: eu fico-me pelos coloridos e graciosos álbuns que ainda hoje me fazem sorrir e encantar.

Domingo

Evangelho segundo S. Mateus 11, 25-30


 


Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Pois o meu jugo é suave e a minha carga é leve.»

 

Da Bílblia Sagrada

O implacável "progresso"


 


Um verdadeiro incómodo para quem como eu detesta mudar os hábitos: o Diário de Notícias está cada vez mais inóspito para mim - no Sobe e Desce semanal (não assinado)  Manuela Ferreira Leite tem classificação negativa por ter um entendimento de casamento e de  família distinto do da fidalguia  bem pensante do regime. Depois, com destaque de capa na revista DN Sábado temos um despudorado e amoral testemunho de um aborto legal vivido por uma jornalista, que sintomaticamente nem o assina.


E não é que eu perdi mesmo o comboio do "progresso"?

A coragem de Manuela


Numa época de assumpção plena do relativismo dos valores fundadores da nossa sociedade, sempre em benefício do imediato interesse do mais forte, o casamento civil vem sendo progressivamente esvaziado dos seus frágeis fundamentos. Transformado num precário acto burocrático e muitas vezes pretexto para burlescos regabofes à moda de Las Vegas, decadentes  exibições de intemperança, a admissão de pares do mesmo sexo na mesma caldeirada será a prazo a machadada fatal na instituição. Assim se vai afirmando ao mundo o Ocidente, berço da civilização, hoje terra da opulência e da ganância, cada vez mais agrilhoada a um decadente hedonismo.  


Porque não acredito na inevitabilidade dum caminho para a História, porque não creio que o progresso tenha um sentido obrigatório, acho importante a assumpção do contraditório face ao progressivo pensamento único instalado nas nossas pseudo-elites. Assim, considero que Manuela Ferreira Leite foi corajosa ao afirmar claramente as suas reservas quanto ao casamento entre homossexuais. MFL exprime e reflecte uma opinião legítima que é partilhada por muitos portugueses ainda não subjugados à propaganda da moderna inquisição.

De resto, insisto que o respeito pelas pessoas e suas diferenças é antes de mais um acto concreto da relação. É uma aprendizagem de berço e não é legislável.

 

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