Comunicação, autismo e Internet 2.0
Nos últimos tempos tenho perdido algum do meu precioso tempo a explorar as potencialidades das redes sociais, nomeadamente LinkedIn, Star Tracker e FaceBook (principalmente esta última), na ilusão de promover as minhas causas ou quem sabe angariar contactos profissionais. Acontece que tal se tem revelado quase inútil: para lá da negativa dispersão de esforços, os meus projectos e blogues mantêm a sua relativa irrelevância, e duvido que algum dia venha a tirar alguma vantagem profissional desse meio.
Surpreendente são as centenas de novos “amigos” e “amigas” que hoje possuo por essa via, todos eles aparentemente bonitos e interessantes, tanto quanto estéreis. Para mais parece-me espantosa a forma acrítica como se aceitam estas “amizades” nas redes sociais: suspeito que poucos perdem tempo com o perfil, ou a ler o que elas nos têm para dizer... muito menos com a pessoa que esteja por detrás.
Por tudo isso e porque tenho uma vida “analógica” exigente e realizada, as redes sociais não me conseguem seduzir. Aliás essa perspectiva é para mim a faceta menos atractiva dos blogues - fazer amigos. Estes, a exemplo dos utilizadores de redes sociais, tambem se multiplicam fantasticamente de dia para dia, e no meio desta enorme cacofonia, à medida que mais gente anda aí a dizer coisas na internet, menos são as que verdadeiramente “querem saber” das coisas.
No filme de animação “Os Incríveis” que o meu filhote pequeno vê em DVD até à exaustão, o vilão no clímax da história confessa a sua perversa estratégia, justificada pelo desprezo que adquiriu aos super-heróis: “quando eu dominar a Terra, irei distribuir super-poderes por todas as pessoas, de forma tal que assim deixarão de existir... super-heróis”. Talvez isto tenha alguma coisa a ver com o que eu escrevi atrás.