Posso ter-me enganado no meu voto em Bettencourt,
mas não me engano quando digo que nenhum dos seus detractores possui
aquilo que o Sporting realmente necessita: liderança e dinheiro, muito dinheiro.
Fui dos que votaram em José Eduardo Bettecourt, ao tempo aquele candidato que me pareceu a pessoa mais séria e capacitada para liderar o meu clube do coração. Enganei-me: hoje, mais por graves erros de imagem do que de gestão, decididamente não lhe sobrava mais espaço para resgatar o Sporting da grave crise estrutural em que se vem atolando desde o tempo de João Rocha. Acredito que foi ciente dessa realidade que se demitiu ontem ao final duma desgraçada exibição da equipa de futebol profissional.
Desconfio que a maioria dos sportinguistas ainda não se compenetrou da realidade que perpassa o nosso clube, de pouco valendo chorar o leite derramado ou os erros daqueles que, cada um a seu tempo, não conseguiram inverter a tendência de decadência desta instituição centenária. Se o futuro do Sporting depende, na avidez dos adeptos, de resultados desportivos imediatos, eu não lhe prevejo futuro nenhum, ao contrário confesso-me bastante apreensivo: daqueles que vêm fazendo oposição, de forma mais ou menos adequada, não vislumbro que algum possa oferecer ao clube aquilo de que ele precisa com urgência: liderança, e de dinheiro, muito dinheiro – nisso não me engano certamente.