O eleitor do CDS mais fiel é aquele que vota por princípios. Aqueles que agora estão em crise. Filipe Anacoreta Correia
Acontece que não é só a economia, estúpidos! O crescimento dum sentimento de revolta, de epifenómenos de extrema-direita e do alheamento pela política por uma parte cada vez mais significativa da população, são factos intimamente ligados com a falta de coragem da Direita democrática em assumir os seus valores naturais: na ânsia de conservar o poder sendo aceite pela cultura dominante nos media, ela domestica-se à Esquerda, agrilhoada num discurso filosoficamente anódino.
Insisto que ao CDS exige-se um especial cuidado com a sua identidade axiológica pois ele arrisca-se a ser redundante, pelo simples facto de disputar o mesmo espaço político do PSD.
Alcançada a maioria absoluta alternativa ao desastroso governo Sócrates afirmei o meu desejo de que a direcção do CDS pugnasse por um rigoroso respeito pelo seu ideário, que interpretasse a sua ascensão ao poder como uma oportunidade de afirmação do seu património ideológico; conservador, personalista e cristão, enquadrando-se desse modo ao duríssimo programa económico que está destinado a implementar. Com o inevitável degradar da situação política e o consequente desgaste da governação, a alternativa que sobra ao partido é pugnar pelos seus valores humanistas, tão ferozmente agredidos pelas duas últimas fracturantes legislaturas. Jamais uma “evolução” para a diluição.
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