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Estive esta tarde nas cerimónias do 1º de Dezembro na Praça dos Restauradores onde pontificavam, entre muitas miniaturas de bandeiras nacionais de diferentes épocas distribuídas aos populares, um significativo número de bandeiras azuis e brancas de monárquicos que quiseram deixar testemunho da sua simpatia por estas comemorações que celebram a Restauração da Independência Nacional e o inicio à dinastia de Bragança no trono de Portugal.
Mais estranho do que a indiferença votada ao tema nos telejornais da noite da RTP e da TVI que perto dos 25 minutos ainda não o tinham noticiado, foi a reportagem da SIC que, em perto de dois minutos de filmagens, a reduziu ao discurso sectário de António Costa e a uns quantos grandes planos das poucas bandeiras verde-rubras presentes no evento. Foi certamente necessária alguma mestria para a realização montar esta peça evitando as bandeiras monárquicas.
Por fim, um desabafo: talvez esta perspectiva míope da realidade justifique como, tirando no futebol, é mais fácil juntar cinco mil marmanjos a cantar "A Internacional" do que quinhentos patriotas o Hino Nacional. Não me devia admirar com a inércia dos portugueses tão pouco dados à participação cívica, mas às vezes isso incomoda-me mesmo. Sentadinhos no sofá, alguém resolverá a vidinha por nós, deixem-se estar.
* Foto de Isabel Santiago Henriques: O presidente da Real Associação de Lisboa Nuno Pombo acompanhado pelo Infante D. Afonso, Príncipe da Beira depositando no monumento aos restauradores uma coroa de flores em sua homenagem.