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João Távora

Isto ainda acaba mal

 

Não sei se algum dos juízes do Tribunal Constitucional -o Conselho da Revolução de má memória era mais célere - terá reparado que a montante das medidas do governo para suster uma despesa pública insustentável, objectivamente inconstitucional é a nossa carência de soberania. Andam para aí todos contentes a discutir frivolidades carregadas boutades e de adjectivos bombásticos (impressiona por isso o discurso de Zorrinho quarta-feira passada na AR – alguém se lembra?) a fingir que nada se passou em Maio de 2011, como se o dinheiro nascesse nas paredes da rua com multibanco e isto um dia ainda nos estoira nas mãos. Um desenlace nada grandioso ou romântico. 

A outra narrativa: ir ao fundo a dançar

 

A respeito da moção de censura hoje a ser apresentada pelo Partido Socialista, tenho a dizer que me faz uma imensa confusão o tremendo desrespeito que os políticos em geral demonstram para com a realidade, mesmo quando neste caso tenham tido o cuidado de lhe endereçar uma carta a dar palmadinhas nas costas.
Constituindo este governo para mim uma enorme desilusão pela inabilidade política e falta de coragem reformadora demonstradas, está também claro que, no que concerne ao empobrecimento, no actual quadro da união europeia e da moeda única, não há qualquer alternativa. Evidentemente que se poderá sempre mudar “a narrativa” aspecto que como todos sabemos a realidade é absolutamente indiferente. Sim podemos pedir à orquestra que mude o reportório, mas as águas geladas continuarão a subir e fazer vítimas. O pesadelo ainda pode virar tragédia. 

 

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