Onde se esconde o Diabo, afinal?
Os cortes nos carros e nos motoristas das empresas, institutos e organismos tutelados pelo ministério da Economia, quase todas deficitárias, constitui de facto uma medida de grande teor simbólico, o que não é despiciendo. Para mais as "gorduras do Estado" são em boa parte constituídas por muitos destes "detalhes" - a maior parte delas escondidas numa presunção de "insignificância".
E não concordamos em algo de essencial, João: no valor de determinados símbolos, como o de um gestor de uma empresa pública deficitária ser conduzido como um lord num espada, enquanto o País sofre (literalmente) um brutal ajustamento. Pelo menos a mim, que há três anos com a minha família me venho adaptando a uma brutal austeridade, parece-me uma afronta. Repare-se que não falamos de custos de representação de Estado (que mesmo isso deveria ser devidamente circunscrito), apenas de privilégios. Em segundo lugar, se a economia do País não comporta um Estado tão dispendioso sem o patrocínio dos vizinhos contribuintes europeus, parece-me inevitável que, se não encontrarmos petróleo no Beato, os "grandes agregados" sejam redimensionados. Como acontece com os custos imediatos dos despedimentos dos motoristas, importa que tal permite a prazo tanto empresas como um Estado sustentável, que possa apoiar aqueles que realmente precisam.
Quanto ao escândalo dos contratos Swaps, gostaria que a Imprensa não desistisse de tirar a limpo as responsabilidades de todos os envolvidos (pessoas e instituições). Mas infelizmente tenho muitas dúvidas que isso aconteça… porque é assunto que não vende jornais e não abona politicamente a nenhuma das partes que controla o regime. Onde se esconde afinal o diabo, João?
Abraço!