Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

João Távora

Onde se esconde o Diabo, afinal?

Os cortes nos carros e nos motoristas das empresas, institutos e organismos tutelados pelo ministério da Economia, quase todas deficitárias, constitui de facto uma medida de grande teor simbólico, o que não é despiciendo. Para mais as "gorduras do Estado" são em boa parte constituídas por muitos destes "detalhes" - a maior parte delas escondidas numa presunção de "insignificância"

 

E não concordamos em algo de essencial, João: no valor de determinados símbolos, como o de um gestor de uma empresa pública deficitária ser conduzido como um lord num espada, enquanto o País sofre (literalmente) um brutal ajustamento. Pelo menos a mim, que há três anos com a minha família me venho adaptando a uma brutal austeridade, parece-me uma afronta. Repare-se que não falamos de custos de representação de Estado (que mesmo isso deveria ser devidamente circunscrito), apenas de privilégios. Em segundo lugar, se a economia do País não comporta um Estado tão dispendioso sem o patrocínio dos vizinhos contribuintes europeus, parece-me inevitável que, se não encontrarmos petróleo no Beato, os "grandes agregados" sejam redimensionados. Como acontece com os custos imediatos dos despedimentos dos motoristas, importa que tal permite a prazo tanto empresas como um Estado sustentável, que possa apoiar aqueles que realmente precisam.
Quanto ao escândalo dos contratos Swaps, gostaria que a Imprensa não desistisse de tirar a limpo as responsabilidades de todos os envolvidos (pessoas e instituições). Mas infelizmente tenho muitas dúvidas que isso aconteça… porque é assunto que não vende jornais e não abona politicamente a nenhuma das partes que controla o regime. Onde se esconde afinal o diabo, João?

 

Abraço!

Maio de má memória

Nunca me hei-de esquecer daquela fatídica semana de Maio de 2005 em que o Sporting perdeu o campeonato para o Benfica e três dias depois a liga Europa para o CSKA, jogo que deixou o meu enteado literalmente em lágrimas. Desses dias alucinantes ainda sobeja no porta-bagagens do meu carro uma bandeirola verde leonina de fixar no vidro que ainda não foi estreada. Nessa quarta-feira alucinante, os urros esfusiantes dos lampiões no bar por debaixo da minha casa deixaram marca. Nesse ano percebi como nestas coisas “da bola”, de pouco interessa estar-se na luta por um título se não o ganharmos. E como pode ser amarga uma derrota. Não se ponham os benfiquistas a pau, não...

 

 

Proporcionalidade

Perante o estado de excepção em que decorre esta legislatura, pergunto-me como os comentadores regimentais conseguirão manter crescente o seu tom de hecatombe. Há mais de dois anos que se esganiçam, não tarda ficam afónicos (ou sem vocabolário).

 

Os reais custos da chefia de Estado

A propósito da investidura do Rei Guilherme Alexandre dos Países Baixos, aqui estão os meus comentários sobre a questão do regime de chefia de Estado no noticiário das 20,00hs do Correio da Manhã TV do passado Sábado, dirigido por João Ferreira e com a participação de Aberto Miranda da revista VIP.

Uma simplicidade meridiana

Paulo Portas explicou ontem ao país o porquê da firmeza do CDS no compromisso da estabilidade que garante o cumprimento do "memorando", a única forma de dos libertarmos a breve trecho da Troika e de uma tragédia ainda maior. Com essa premissa de fundo bem clarificada, o presidente do CDS mostrou que, apesar destes excepcionais tempos de tormenta, ainda não desistiu das eleições, assunto que afinal é da natureza dos partidos numa democracia. Resta-lhe demonstrar ao ministro Gaspar como se poderá compensar os cerca de 400 milhões de euros da sobretaxa aos reformados de que ae demarca e rejeita. O mesmo que se deve exigir a Seguro quando nega toda uma trágica realidade: a intransigência dos credores. 

Pág. 2/2