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É sempre com alguma estranheza que constato que a maioria dos católicos parece preferir viver distante da acção política. Apesar disso, não deixam de se alvoraçar com algumas decisões tomadas - cada vez mais distantes dos seus valores. Assim se vão entrincheirando, desistentes, justificando a rendição com a impotência de cada um para debelar as mais fantásticas teorias da conspiração e todo um cardápio de obscuros adamastores inexpugnáveis.
Se é certo que os católicos nos dias de hoje já não possuem a representatividade de outrora, parece-me que em Portugal constituem ainda uma força social significativa, provavelmente mais informada e convicta do que noutras eras. Para mais, acredito que o sentido filosófico e existencial que representam constitui uma referência decisiva, e necessária, na sociedade actual, crescentemente enleada em tão profunda crise.
É nesse sentido que interpreto a exortação do Papa Francisco aos cristãos para que se envolvam na política, considerando-a uma forma de caridade. De facto, talvez o pouco empenho dos cristãos contribua decisivamente para a má reputação das organizações políticas. "É muito fácil culpar os outros", referiu.
É inspirado por este sentido de serviço que estou envolvido na vida política, no caso, partidária, tentando, com o meu modesto contributo reconhecer-me um pouco mais no País a que pertenço e de que me sinto parte. E no próximo congresso do CDS defender uma Moção que com orgulho sou subscritor. Porque a esperança é a última a morrer.