Em desespero de causa
Com os patéticos ataques de Ana Gomes a Paulo Portas e da Comissão de Inquérito ao BES a Passos Coelho e ao Presidente da República está lançada a chicana politica em que o Partido Socialista aposta na tentativa de radicalizar um discurso vazio de soluções. Com José Sócrates na cadeia, o último primeiro-ministro que governou numa relação íntima com a oligarquia dos negócios, a António Costa restam poucas alternativas além de lançar a confusão e ajavardar a disputa para gáudio dos canais de notícias sedentos de conteúdos sensacionais e baratos. Acontece que a "merdização" da política apenas favorece a descredibilização dos partidos do "arco da governação" e promove as franjas radicais: em Ana Gomes já poucos acreditam, e a tentativa de aproveitamento da carta de Ricardo Salgado ainda vai virar o bico ao prego - trata-se afinal de atirar lama para a ventoinha. Como escreve o insuspeito Pedro Santos Guerreiro hoje no Expresso, “Querem falar da relação entre Salgado e políticos? (…) Então chamem ao Parlamento outras pessoas: Rosário Teixeira e Carlos Alexandre. Eles sabem.” Eu cá por mim obrigava os socialistas (e não só!) a assistir a um seminário sobre a decadência e queda do nosso rotativismo liberal no século XIX.