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João Távora

Azul Sobre Ouro - Coisas de família

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Na quinta-feira passada tive o privilégio de estar presente na inauguração da exposição temporária patente no Museu Nacional de Arte Antiga “Azul Sobre Ouro” que se recomenda vivamente. Trata-se de uma ocasião única (quatro meses) de apreciar com pormenor a extraordinária colecção de porcelanas da dinastia Ming, com exemplares únicos no mundo datados maioritariamente entre os séculos XVI e XVII legada por D. José Luís de Lancastre. Com esta iniciativa as peças poderão ser minuciosamente apreciadas sem o perigo do visitante apanhar um torcicolo, já que o seu local de original, onde resistiram incólumes desde 1680 até hoje (e presenciaram por exemplo o terremoto de 1755) é o insólito tecto da Sala das Porcelanas no Palácio do Marquês de Abrantes, sito na Calçada com o mesmo nome em Santos-o-Velho. Foi certamente uma delicada e emocionante operação aquela em que, aproveitando-se as obras de restauro promovidas pela Embaixada de França, actual proprietária do edifício, se retiraram um a um os 263 pratos com a supervisão dos técnicos do Museu de Arte Antiga. Desses foram seleccionados os 58 exemplares mais significativos que se exibem agora na Rua das Janelas Verdes até 24 de Maio próximo. 

Uma curiosidade que se destaca da informação patente é a de que não será descabido pensar que as porcelanas do palácio dos Marqueses de Abrantes tenham servido de inspiração aos oleiros de Lisboa no fabrico da faiança azul e branca que por essa altura se popularizava no País, tanto mais que há nota de uma olaria nos registos da freguesia de Santos-o-Velho em 1672 propriedade de D. José Luís de Lancastre na Rua da Madragoa a poucos metros do palácio. 

Pela original iniciativa estão de parabéns a Embaixada de França, na pessoa do seu Embaixador Jean-François Blarel, o Museu Nacional de Arte Antiga e seus mecenas na pessoa do seu dinâmico director António Filipe Pimentel, juntos nesta inédita parceria. 

Freitas do Amaral

Pouca gente terá notado que ontem à noite Freitas do Amaral deu uma “Grande Entrevista” à RTP Informação a qual com alguma amargura resisti assistir aos primeiros 10 minutos. O caso José Sócrates suscita muitas dúvidas a Freitas do Amaral, constato... E Freitas do Amaral nunca teve dúvidas sobre a actuação de José Sócrates, pergunto-me?
O que explica esta patética irrelevância alcançada, que triste fim de vida este, de um político que tanto prometeu e acabou passando totalmente ao lado da História. A falta que faz a um homem inteligente e culto ter um carácter forte.