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João Távora

Vídeo do lançamento de "A Liberdade Portuguesa"

Veja aqui o registo vídeo do lançamento do livro "A Liberdade Portuguesa", uma antologia de textos dispersos de Henrique Barrilaro Ruas compilada por Vasco Rosa e com prefácio do jornalista Nuno Miguel Guedes publicada sob a chancela Razões Reais da Real Associação de Lisboa. A homenagem ao homem do pensamento e doutrinador monárquico que foi Henrique Barrilaro Ruas teve lugar no dia 17 de Outubro de 2019 no Centro Nacional de Cultura, contou com a apresentação de Augusto Ferreira do Amaral, Guilherme Oliveira Martins e a presença dos Duques de Bragança.

O livro encontra-se apenas disponível para aquisição na sede da Real Associação de Lisboa ou através da internet aqui

Uma estranha sensação de Déjà vu

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1 - Ontem o jogo em Alvalade mostrou um Sporting bipolar: com um futebol escorreito e quase vistoso, com a bola a chegar com perigo à área do adversário na primeira meia hora, e depois uma equipa extremamente insegura, hesitante, com um meio campo excessivamente permeável e demasiados passes falhados (não há ninguém melhor que Doumbia para fazer o número 6?). Para isso não ajudam nada os sinais que vêm da bancada – os adeptos estão impacientes e intransigentes para com o falhanço. Receio que a recuperação de confiança da equipa ainda demore: tarda uma exibição concludente com o consequente resultado. Aqueles jogadores são capazes de muito mais.

2 - Também não gostei do espectáculo final do topo sul, onde as claques afinal se mantêm impunemente empenhadas, não a apoiar o clube, mas para derrubar revolucionariamente o presidente eleito. O Sporting não pode ser dirigido a partir da rua, muito menos pelas claques - nenhuma instituição sobrevive em permanente sobressalto revolucionário. A direcção também precisa de paz institucional, cumprir o mandato para que foi eleita, de preferência corrigindo os erros cometidos na gestão do futebol profissional. Julgo que não seja preciso um curso superior para entender que, com os maus-tratos dos últimos anos, o que está em jogo é a sobrevivência do Sporting como nós o conhecemos. Temos de por fim a este processo de autofagia. Não somos campeões há 18 anos? Olhem para o Liverpool (e tantos outros históricos da Liga Inglesa).

Publicado originalmente aqui

Joacine, ou uma máquina de fazer racistas

Não serei a pessoa mais indicada para defender a estética da bandeira nacional que nos legou a revolução republicana mas o ponto não é esse. Admito que talvez se não devesse valorizar este vídeo com um energúmeno a tecer considerações ofensivas sobre os símbolos que a nossa bandeira ostenta – o que de melhor nela se aproveita, porque reflecte a nossa História como comunidade com quase de 900 anos de caminho. Mas o facto é que este discurso, proferido na manifestação que juntou uma multidão de 50 apoiantes (mais ou menos o número de amigos que reúno no meu aniversário no pico de Agosto) de Joacine Katar Moreira em São Bento há dias, é intolerável e deve deixar-nos apreensivos com que o que aí vem em matéria de ruído e distracção com o novo parlamento. Perante afirmações como estas: “uma bandeira que exalta uma determinada forma de encarar o mundo racista e imperialista, (…) falamos das quinas que representam supostamente as chagas de uma determinada entidade que me escuso de referir (…) o império representado pela Esfera Armilar que representa a exaltação da conquista que na perspectiva de milhões e milhões de homens e mulheres assassinados significou destruição da civilização”… depois digam-me que o grande problema em Portugal é André Ventura - que ao lado destes marginais a instigarem o ódio e a fractura afinal é um menino.  

E não, não me parece que haja razões para rir, desconfio que nesta nova legislatura vai ser difícil o bom senso e a moderação fazerem-se ouvir, lá isso vai.

Da minha vaidade

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Se há uma coisa que conheço bem é a forma entusiástica, séria e meticulosa como o Vasco Vasco Medeiros Rosa se atira aos projectos e autores a que estética ou filosoficamente adere. Na verdade é o mesmo empenho com que encara sempre qualquer desafio editorial que se lhe apresente. Mas sei bem como os gosta de poder escolher e foi por isso que já em 2010 tinha tentado junto de um grande grupo editorial o ambicioso projecto da edição da obra completa de Henrique Barrilaro Ruas em 3 volumes temáticos. No final de contas o livro “A Liberdade Portuguesa” foi o tributo possível, para o qual tive honra de ter ajudado a materializar através da Real Associação de Lisboa.
Na passada 5ª, feira na sessão de lançamento no Centro Nacional de Cultura o Vasco surpreendeu-me com uma partida que aqui partilho com os meus amigos - pura vaidade. A nossa amizade é mutua e correspondida, e selada com a difícil prova do tempo - cumprem-se por estes dias 40 anos desde que as nossas vidas se cruzaram entre o Centro Nacional de Cultura e a Rua de Santo Amaro à Estrela. E isso já merece uma almoçarada.

A Liberdade Portuguesa

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"Não queremos outra liberdade senão a liberdade portuguesa. Mas também não queremos outro Portugal senão o Portugal dos homens livres. E é ao procurar a práxis desta teoria que aclamamos o Rei".

Henrique Barrilaro Ruas, 1971

Nos dias de hoje em que parece imperar tanto egoísmo e indiferença no que à “coisa pública” diz respeito, é significativo e consolador quando uma pequena organização monárquica (sem quaisquer subsídios ou subvenções) consegue juntar cerca de 100 pessoas numa homenagem a um dos seus maiores vultos. Foi o que aconteceu ontem no Centro Nacional de Cultura no lançamento de “A Liberdade Portuguesa” um livro que reúne uma quantidade de deliciosos textos dispersos do Professor Henrique Barrilaro Ruas. Além dos Duques de Bragança foi particularmente gratificante contar com a presença de Augusto Ferreira do Amaral, Guilherme de Oliveira Martins, do Nuno Miguel Guedes e do Vasco Rosa entre outros tantos bons amigos. O trabalho vai dando pequenos frutos e às vezes é importante relevar esses bons sinais, porque ninguém aguenta só más notícias...

Quem tiver curiosidade pode encontrar uma reportagem detalhada aqui

A Liberdade Portuguesa - Uma homenagem a Henrique Barrilaro Ruas

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A Real Associação de Lisboa agendou para o próximo dia 17 de Outubro pelas 18:30 o lançamento do livro "A Liberdade Portuguesa", uma antologia de textos dispersos de Henrique Barrilaro Ruas compilada por Vasco Rosa e com prefácio do jornalista Nuno Miguel Guedes publicada sob a nossa chancela Razões Reais. Esta obra, cujo lançamento terá lugar no Centro Nacional de Cultura, no Largo do Picadeiro, nº 10-1º (ao lado do Café No Chiado), constitui uma homenagem ao homem do pensamento e doutrinador monárquico que foi Henrique Barrilaro Ruas e contará com a apresentação de Augusto Ferreira do Amaral, Guilherme Oliveira Martins e a presença dos Duques de Bragança.

Henrique Barrilaro Ruas não foi apenas um dos mais proeminentes pensadores políticos do século XX português, que de forma brilhante fez a síntese entre o Integralismo Lusitano e a Democracia. Distinguiu-se pela incansável militância e efectiva acção política pela monarquia, que teve como apogeu a sua eleição para a Assembleia da República pelas listas da Aliança Democrática. É de João Bigotte Chorão a frase que melhor define a intervenção cívica e cultural deste vulto maior das nossas fileiras: “o ideário monárquico, a fé católica e a ideia de portugalidade”. O seu amor à liberdade manifestou-se na luta contra o centralismo político que não mais deixou de se agigantar desde o século XVIII, e a favor das comunidades e das suas instituições tradicionais – o rei e os municípios - numa perspectiva comunitarista e ecológica, porque intrinsecamente natural e humana. 

O livro poderá ser adquirido aqui ou no local e a entrada é livre.

 

A Casa de Abrantes e Dom Manuel II

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Uma carta de 1928 recentemente chegada às minhas mãos, de Dom Manuel II para o meu bisavô João Ulrich consentindo o casamento de Maria Emília Casal Ribeiro Ulrich com o Marquês de Abrantes (meus avós), insinua num singelo parágrafo uma improvável amizade entre o rei e o meu avô José. Bem sei que tinham praticamente a mesma idade e que o meu avô pagou com o exílio a luta contra a república. Mas acontece que a Casa de Abrantes tinha, desde o início do conflito entre liberais e tradicionalistas, uma ligação fortíssima com a causa legitimista que por muitas décadas apoiou política e monetariamente contra o ramo liberal de que descendia Dom Manuel II. Talvez para um português actual não seja fácil entender até que ponto no século XIX era brutal esta fractura, mas a mim ainda hoje me chegam ecos desta cizânia que resultou numa sangrenta guerra civil. Sendo assim, a frase “Sou muito amigo de há muitos anos do Marquês de Abrantes: estou convencido que a sua filha não poderia fazer melhor escolha.”  vem carregada de significado político e reconforta o meu coração monárquico. Exilado e longe da sua amada Pátria tomada pelo radicalismo revolucionário, Dom Manuel II demonstra uma enorme grandeza de espírito e de que matéria é feito um Príncipe.
Lembrei-me disto a propósito da conflitualidade que se adivinha nos discursos radicais emergentes da nova legislatura e seus protagonistas. Pela minha parte tenho dificuldade em entender que as pessoas não se possam relacionar cortesmente, por maior que sejam as suas diferenças políticas e ideológicas. Nada justifica a perda de compostura, há uns mínimos de urbanidade exigível aos deputados que nos vão representar no parlamento, mesmo que este se chame Assembleia da República. Que não lhes fuja o pé para a chinela e não comprometam os consensos mínimos de uma nação que se quer civilizada.

A minha douta análise aos resultados eleitorais


  • IL – Descontado as questões de costumes, a este triste país, um comprimidozito de liberalismo só pode fazer bem.

  • Livre - Agora com a Joacine em S. Bento o parlamento vai ter de mudar o regulamento de tempo para número de palavras proferidas.

  • Chega – Não acho perigoso um deputado de extrema-direita num parlamento com várias dezenas do outro extremo. Ventura quererá desafiar o CDS.

  • CDS – Os trabalhos de hércules necessários para a sua recuperação, dispensariam a guerra civil que se prepara. Como caiu no chão qual papel amarrotado, agora qualquer tontinho acha que lhe pode pegar.

  • Bloco de Esquerda – Em bicos de pés para obter outro protagonismo no suporte à nova geringonça. Ou muito me engano ou vai querer lugares no governo.

  • PCP – Um partido em consistente processo de extinção. Não tenho pena nenhuma.

  • PSD – Vai ser precisa muita pancada para tirar Rui Rio do frasco - se fosse uma bolha era mais fácil. A federação das direitas terá que esperar por melhores dias.

  • PS – António Costa vai precisar de muito equilibrismo e habilidade para suster uma geringonça. O diabo estará aí.

  • Abstenção - se em parte é da responsabilidade dos partidos que não reformam o sistema, por outro lado é sinal da proverbial irresponsabilidade dos portugueses.

A liberdade para para sermos livres

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É irónico constatar como a teoria da Hegemonia Cultural (burguesa), que celebrizou o dirigente e intelectual comunista italiano Gramsci (1891-1937) e o projectou no campo da Ciência Política mais ao seu conceito de “superestrutura” (a ideologia, constituída pelas instituições, sistemas de ideias, doutrinas e crenças de uma sociedade), está, nos nossos dias, impregnada de uma indelével chancela marxista. De facto, hoje o marxismo domina a narrativa cultural e é facilmente detectável desde as produções intelectuais de massas (o chamado Soft Power, que se expressa pelo cinema, pelo jornalismo ou música pop) aos programas escolares em geral, de forma mais marcante nos ciclos de ensino mais precoce, principalmente nas disciplinas ligadas à História e às Ciências Humanas. É curioso verificar como, de uma forma ardilosa, as últimas gerações, nascidas nas prósperas democracias liberais, cresceram sob um padrão ideológico que cultiva o ressentimento social e o igualitarismo, por vezes fanático, promovendo uma tensão brutal e desequilibradora que apouca e condiciona o valor em disputa, que é o da Liberdade. A Liberdade de cada homem ou mulher se afirmar em plena autonomia psicológica e intelectual, de aprender a superar-se e fazer escolhas reflectidas e morais que não projectem sistematicamente para fora de si a responsabilidade dos seus falhanços. Foi graças a essa Liberdade que o Ocidente se afirmou no mundo.

Vem isto a propósito do modo como a História é ensinada às nossas crianças, que corresponde a uma forma de submissão mental que é plantada a jusante na capacidade crítica das novas gerações… apesar da proclamada liberdade de expressão que corre o risco de vir a ser um mero formalismo à medida que o pensamento único vai alargando a sua hegemonia.

Como dizia um amigo meu há dias, talvez a Escola se devesse limitar a ensinar Matemática, Filosofia e Latim. Concordo: era da forma que o Estado poupava muito trabalho aos pais que se vêem obrigados todos os dias em casa a desmontar os clichés e preconceitos que os miúdos aprendem e desafiá-los a pensarem pelas suas cabeças ministrando-lhes um pouco de verdade. Talvez dessa forma se estragassem menos famílias.

Texto adaptado do editorial da revista Correio Real nº 20

Dia de reflexão

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Quando perante a morte de figuras senatoriais tão marcantes como Mário Soares ou Freitas do Amaral a "rua" nos projecta tamanha indiferença ou até o mais impiedoso rancor - é compreensível, ambos passaram a vida a cavar as suas trincheiras - mais ciente ficamos da necessidade de uma figura consensual e agregadora que corporize a Nação que somos todos a cada momento da História. A entidade que reúne esses predicados só uma monarquia pode oferecer: é o rei.

Imagem daqui

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