Pedro Picoito
Carta aberta ao director do Instituto da Droga
Exmo. Senhor:
Dr. João Goulão
Director do Instituto da Droga, da Toxicodependência, da ganza, do xuto, do drunfo, da pedra, do cavalo e outras cenas práfrentex
Foste muito porreiro, pá, em ter feito um dicionário do vício para a juventude. É que a ignorância da juventude sobre o vício é bué. Bem se queixa o Cavaco, embora ele não passe de um conservador desprezível que nunca tripou lá na parvónia. Uma civilização em que os putos não se entregam ao vício, como é seu dever, está condenada à morte. De tédio. Foi o que aconteceu a Roma (pergunta ao Picoito, esse betinho revionista). A grande civilização romana, que fez da má vida uma arte, não caiu por causa das orgias dos patrícios, mas porque os bárbaros não sabiam o que era uma orgia. Tivessem eles um dicionário da devassidão em bárbaro e Roma ainda hoje existiria. Por isso tomo a liberdade, diria até a libertinagem, de te enviar alguns palavrões que os cócós do IDT, sempre com aquele ar de quem não snifa às escondidas, pela certa desconhecem.
Tótó – infeliz que não bebe, não fuma, não joga e não escreve em blogues.
Supertótó – tótó que paga o IRS.
Sócrates – tipo que faz jogging e só fuma nos aviões da TAP.
Escuteiro – pamilitar alucinado que comete boas acções diárias.
Tratante – gajo que tem a lata de trabalhar para sustentar a família, em vez de roubar no Metro como toda a gente.
Morcão – quem toma banho todos os dias, sabe-se lá por que doença.
Sacripanta – alguém que não cospe na sopa nem bate na mãe.
Aleivoso - homem fiel à mulher, provavelmente por impotência.
Biltre - traidor que nunca apanhou uma carroça antes das 3 da tarde.
Cortesã - nome que se dava às generosas donzelas das Sextas, até que o careta do Távora o trocou por outro menos nobre para não misturar o trono e o lupanar.
Aqui ficam, para proveito da malta nova.
Recebe um abraço fixe do teu,