E o direito à diferença?
Enquanto esta manhã no parlamento o Partido Socialista executava mais uma hábil pirueta e promovia o “casamento” homossexual a imperativo debate nacional, ao mesmo tempo, a opinião regimental era doutrinada nas avassaladas rádios e televisões nacionais.
A Grande Parada está a começar, e o Grande Irmão prepara as mentes ignotas para mais uma fracturante revolução de costumes, rumo aos píncaros da civilização. É neste espírito que o programa Opinião Pública da SIC Notícias convidava esta manhã o “insuspeito” Rui Tavares para comentar tão suculento tema. Coadjuvado pela apresentadora de serviço, o virtuoso pregador (necessita urgentemente de aulas de dicção, mas isso não interessa nada) escuta complacente o povo ignorante que teima não entender o sentido profundo da igualdade: que afinal o casamento de dois indivíduos do mesmo sexo se equipara por exemplo ao casamento de um homem e de uma mulher de raças diferentes.
Admitindo como inevitável a promulgação do “casamento” gay a breve trecho, apenas desejo realçar, como lamentavelmente a discussão nos grandes meios está inquinada, feita mera propaganda ou sound bite. Apequenando o pensamento e minando a democracia. Eu, em oposição ao simplismo igualitário, perfilho antes a causa do direito à diferença.