Reflexões
Dramático é como em Portugal, um pequeno país tendencialmente iletrado e com pouca tradição democrática, o espectro ideológico se nos apresente tão afunilado. Nos “media” dominantes, no meio intelectual estabelecido, impera o pensamento uniformizado e cinzento, viciado em meia dúzia de lugares comuns. Os nossos escritores, políticos e jornalistas da moda raramente reflectem efectivas diferenças ideológicas, ou um pensamento original. Quase sempre as suas mais profundas divergências revelam-se tão só nas suas cores clubísticas, ou por meros caprichos de circunstância.
A efectiva democracia só existe se nela organicamente imperar a diferença.
E depois, ser democrata não deveria jamais ser um conceito vazio, uma abstracção, uma teoria; antes uma prática, um desafio vivido – exige maturidade, civilização.
E depois, ser democrata não deveria jamais ser um conceito vazio, uma abstracção, uma teoria; antes uma prática, um desafio vivido – exige maturidade, civilização.
O democrata ultrapassa os seus preconceitos, domina as suas emoções, e escuta, aceita o Outro. Mesmo que esse Outro seja adversário na disputa do seu mais ansiado objecto. Numa civilização adulta, o pensamento e as ideias coexistem na sua diferença, de um extremo ao outro, sem preconceitos, sem amputações.
Livremente como se vai observando nalguma da boa blogosfera.