Gripe dos porcos: o epílogo em poucas linhas
Agora que discretamente se negoceiam as devoluções das sobras das vacinas da gripe suína, enquanto as comadres se zangam desenganadas com a "falsidade" da pandemia que afinal pariu um rato, ganha força uma gigantesca teoria da conspiração engendrada pelos suspeitos do costume. A realidade é, no entanto, muito mais complexa do que um filme de espionagem de co-produção europeia: consideremos então em primeiro lugar, que o fantasma duma epidemia é dos assuntos que mais “fascinam” o pagode, e que vende notícias como poucos outros acontecimentos... Consideremos em segundo lugar, que uma ameaça de pandemia constitui uma enorme tentação para um Estado em crise fazer benemérita figura na defesa e cuidado dos seus cidadãos, ou duma qualquer obscura Organização Internacional protagonizar uns inusitados três minutos de estrondosa fama... Se consideremos em terceiro e último lugar, que as farmacêuticas são maléficas organizações empresariais que têm em vista investigar para produzir e vender, temos então constituída a base do explosivo caldo de equívocos, vontades e "boas intenções" que degenerou nesta enorme falácia. Agora meus Senhores, bebam as vacinas com muito gelo que assim se não nota tanto o amargor.