Portugal: uma eterna diáspora
Estava há pouco ao almoço a ouvir numa mesa atrás alguém que imaginei ser um jovem recém-formado, a enumerar uma infindável lista de colegas e amigos que estavam a trabalhar no estrangeiro, ou que já tinham destino definido para emigração. Conheço algumas pessoas pouco mais novas do que eu que durante os últimos anos se decidiram pelo mesmo. Esta é mais uma inalienável consequência da nossa provecta cultura socialista: assim o país definha sem economia, esperança ou geração, pendurado nuns poucos destemidos empresários, programas de apoio e outros subsídios. De resto, neste jogo de cadeiras que é o mercado de emprego nacional, as poucas que se aguentam intactas estão firmemente ocupadas, até que o caruncho os derrube aos dois. Hoje como há 600 anos o fado português é a diáspora.