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João Távora

Olhar o mundo

Ao contrário de algumas pessoas que, como remédio às suas legítimas angústias aderem à ideia de que vivemos sujeitos a múltiplas “teorias da conspiração” de obscuros Poderes, eu estou convicto que nunca como hoje eles foram tão escrutinados, nunca como hoje o cidadão comum usufruiu de tanta transparência. Nunca como nestes dias, tanta e tão boa informação circulou livremente pela sociedade civil, num debate propagado pelas disputas entre interesses, individuais e colectivos que se vigiam uns aos outros, potenciados pelas exponenciais facilidades tecnológicas disponíveis. Por conta desta dinâmica, quanto mais sofisticados, mais os “segredos” são difíceis de manter, na família, na empresa, no partido, no sindicato ou no ministério. 
Eu proponho que esta questão seja analisada ao contrário: antes de mais urge assumir com humildade que a enorme quantidade de "informação" circulante é um factor que dificulta a sua selecção, análise e síntese. Mas o que será mesmo impossível de resolver é o fenómeno da parcialidade com que cada individuo observa o mesmo facto, uma análise que estará sempre subjugada ao seu prisma subjectivo. A coisa a mim não me atormenta: no que concerne à realidade mundana, vivo bem melhor sem absolutos… porque só assim prevalecerá a Liberdade.