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João Távora

É preciso fazer um boneco?

 

Nem todos os meus adversários são iguais. Não concebo a convivência democrática com aqueles que se batem pela supressão da minha liberdade. Não sinto qualquer necessidade de ser aceite por quem luta pela aniquilação da minha forma de ver o mundo. Daqueles que acreditam que a sua liberdade é mais importante do que a minha. Assunção tem toda a legitimidade ao citar Simone de Beauvoir no parlamento impedido de prosseguir com os seus trabalhos por duas dúzias de comunistas da CGTP: "Não podemos deixar que os nossos carrascos nos criem maus costumes". Basta conhecer a história do Século XX para constatar os trágicos custos de semelhante incúria.

Mas mesmo sem consultar os livros de história nunca será demais recordar o papel das organizações envolvidas no protesto nas galerias, em 1974 e 1975, na tentativa de assalto ao poder, de cercear a liberdade dos outros em prol da sua ditadura do proletariado (ou democracia popular). É nesse registo que Ana Aviola declarava ontem em debandada de S. Bento que "Podem fechar a Assembleia da República. Não faz falta nenhuma" referiu Ana Avoila. E um fascista não diria melhor. Ou um nazi.
Ou seja, nunca por nunca podemos ceder nas questões de principio. Aquele grupelho de sindicalistas desrespeitou o meu voto, os votos dos portugueses que legitimam deputados que nos representam. A todos. Aí não pode haver cedências.