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João Távora

O erro fatal


Sintomático e caricatural aquele anúncio natalício a telemóveis, em que um expansivo jovem ensaia uma conversa com a sua avó, alertando-a para o equivoco que é um par de meias como presente de Natal. O adolescente numa animada pantomima declara à imaginária velhota que não precisa de meias, antes prefere... o “topo de gama” da Nokia, com o qual ficará mais feliz. Esse é o erro fatal.

De facto quando o Natal se transforma num hediondo preito ao consumo, antagónico à natureza da genuína celebração cristã, eu não estranho nada que a quadra se torne numa fonte de tantos dissabores, amuos, antipatias e... depressões. 

A perspectiva de "se sacar" um pouco de felicidade com um reforço de amigos, doces, álcool e prendas, subverte a essência desta maravilhosa festa. Pretender que os outros irão ser mais gentis e compreensivos connosco no Natal, quem sabe até adivinhar o nosso mais intimo desejo, é um mergulho quase certo para a des-ilusão. E o problema das ilusões é que se desmancham com excessiva facilidade.

A única saída possível para um feliz Natal, não está no que vamos receber, mas no que vamos dar. Tomando o exemplo de Cristo que nos preparamos para celebrar nascido e despojado numa manjedoura de Belém, o foco no Natal tem que ser na dadiva radical, para uma entrega total aos outros, sem condições ou caprichos. E acreditem que com alguma preparação espiritual, a nossa capacidade de faze-lo e ser feliz se alarga consideravelmente. E afinal do que eu vos falo é de... melhor qualidade de vida.

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