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João Távora

Responsabilidade...



Nos últimos tempos, as minhas leituras tenderam para o tema do Séc. XIX em Portugal. Fascinei-me com a intriga e vida de José Vieira de Castro em "Glória" de Vasco Pulido Valente, deliciei-me com a colecta da Maria Filomena Mónica de "As Farpas" de Eça de Queiroz, e acabei de ler ontem a Biografia de D. Pedro V da mesma historiadora. Parece-me que os nossos ilustres jornalistas e observadores de política nacional só têm a ganhar em estudar bem esta época fascinante. Emergidos de uma desestruturante tragédia que foi o terremoto de 1755, os recursos da expansão maritima tendem a acabar. Prevalece a precariedade das vidas; as pestes, uma pobreza endémica. Generalizando, um povo miserável, ignorante e dependente, uma classe média "boçal" (nas palavras de MFM) um clero inculto e acossado, as elites decadentes são o pano de fundo para a instauração de uma nova ordem que é o regime constitucional e representativo. E por aí entramos no Séc. XX. Pergunto: Quantas mais gerações serão necessárias para resolver tantos anos de fome e ignorância? Tem sido essa a prioridade dos nossos governos? O investimento no ensino, na responsabilização, a cidadania, a ética têm sido as nossas prioridades? Qual é a nossa (de cada um) responsabilidade?

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