A Europa começa aqui
Tem sido confrangedor assistir aos noticiários da campanha eleitoral, já para não falar dos debates televisivos que alcançaram momentos dignos de uma caricatura humorística, tal a euforia e sobreposição de vozes que definitivamente não chegaram ao céu. Nos noticiários, muito por conta da edição feita pelos jornalistas, que pela natureza do seu trabalho acabam por salientar o excesso ou a tolice que vai acentuar o picante à notícia, fica-se com a ideia que os candidatos chegam a estas duas semanas que antecedem as eleições empenhados em por à prova a fidelidade dos cidadãos que já haviam decidido votar neles, e afugentar os poucos indecisos que procuram fazer uma escolha sensata. De facto, parece que até o mais cordato e sofisticado candidato, com uma camara de televisão à frente, perde a compostura e foge-lhe o pé para a chinela dificultando assim a descodificação da racionalidade que pudesse haver no discurso.
Dito isto parece-me que os portugueses se quiserem têm do seu lado informação suficiente para escolher os 21 deputados que os vão representar no Parlamento Europeu nos próximos quatro anos. De resto, sendo realista não vou ser hipócrita exigindo que toda a gente vote no dia 26 – se é para assumir desejos, confesso que são demasiados aqueles que eu gostaria de ficassem em casa. Contente ficaria eu que aqueles que pensam mais ou menos como eu, que desejam uma Europa garante de paz, que preserve a diversidade de nações e pluralidade de culturas que a compõem no reconhecimento das suas raízes comuns, se deixassem de desculpas de mau pagador e no Domingo descalçassem as pantufas para ir votar. É a esses, que entendem a Pátria como um legado antigo que hoje nos exige fazer das tripas coração para lhe dar um futuro, que eu apelo ao voto. Porque a Europa começa aqui, e eu quero o Pedro Mota Soares no Parlamento Europeu.