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João Távora

Corda esticada

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Quem me conhece melhor sabe que para mim a celebração do Natal não é uma questão fútil, de comeres e beberes. É com algum espanto oiço na radio Observador um “especialista” daqueles que, por sua vontade já nos encerrava a todos em casa como em Março (escolas e tudo), a recomendar que a festa este ano seja passada nesses termos. As notícias dão conta que noutros países já se equaciona limitar as celebrações natalícias a um determinado número de indivíduos por agregado, e ensaiar novas engenharias sociais de resultado mais que duvidoso. Estou cansado de ouvir especialistas a dizerem uma coisa e o seu contrário – já há algum tempo que para minha sanidade evito o sensacionalismo dos telejornais e não tarda corto também com as rádios.
A questão que eu gostaria de ver respondida é: pretende a DGS fechar de novo os nossos templos ao culto especificamente no Natal? Qual a avaliação e a métrica que as autoridades pretendem aplicar para limitar os encontros familiares? Em que ciência se baseiam?
Como poderá facilimamente verificar com as industrias, comércio, ginásios, escolas e igrejas abertas, a saúde biológica não é, não pode ser um valor absoluto - terá sempre de se pesar em confronto com outros de igual ou peso superior. Para isso é que existem governos e políticos, e não somos governados por uma junta médica que naturalmente recomendaria uma quarentena ao país inteiro, além da proibição de fumar.
A ver se me explico: a forma discricionária e incompetente como o nosso governo tem gerido a crise sanitária compromete a sua autoridade, justificando a minha apreensão com as decisões que estará a preparar, desta vez ligadas aos mais profundos sentimentos, crenças e tradições das pessoas. Nomeadamente minhas, que a paciência de obedecer a incompetentes está a chegar ao limite. Cuidado como apertam a mola ...ou esticam a corda.