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João Távora

Estado de sítio (2)

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"Como se trava uma onda destas? Parando o País agora, quando a curva de incidências ainda está a subir muito depressa ou mais à frente? Os ingleses acreditam que o pico epidemiológico só vai ocorrer dentro de 10 a 14 semanas e que os esforços deste lado do Canal da Mancha estão errados. Preferem proteger a população mais idosa e grupos de risco e deixar que o vírus alastre um pouco mais para se conseguir uma espécie de imunidade comunitária.
A nossa estratégia é outra, mais radical. Mas tem um risco enorme. Se não parar a onda, vai ter de se prolongar muito no tempo."

Ricardo Costa hoje no Expresso

Coronavírus hoje em Portugal – 169 casos, 0 vítimas mortais

Curioso como a as pessoas se estão a adaptar a esta crise. Ontem nos correios de S. João do Estoril havia um traço a um metro do balcão que os clientes eram proibidos de atravessar. Os empregados vestiam luvas e o terminal de multibanco era desinfectado após cada utilização. De retorno a para casa, que fica à distancia de pouco mais de 500 metros, o tráfico parecia o de um Domingo. O meu filho, que tem estado fechado em casa e me acompanhava, comentou que pensava que não encontraria mesmo ninguém.
Esta manhã atrevi-me e fui ao ginásio fazer um pouco de exercício e encontrei-o quase vazio, o que tornou a minha visita muito higiénica. Apesar disso, e do visível reforço na higienização e dos desinfectantes disponíveis por todo o lado, suspeito que encerrará mais dia, menos dia. 
Entretanto hoje o Expresso noticia que o pico da epidemia pode acontecer em meados de Maio, o que nos obriga a repensar o modo de vida que vamos adoptar. Deste modo entendo a estratégia dos Ingleses que não tenho como loucos, antes pelo contrário. É o que eu tenho vindo a dizer cada vez mais baixinho para não me baterem: não me parece económica e humanamente possível o país ficar parado quase 3 meses parado em estado de sítio. Até do ponto de vista da saúde mental.
Hoje ficamos por casa, vamos almoçar umas salsichas com couve lombarda e está combinado à noite alugarmos o Toy Story 4 na TV Box. É preciso manter as tropas motivadas.

PS.: Não haverá algum canal de televisão aberto que se chegue à frente para a transmissão diária de uma missa enquanto a celebração estiver vedada nos templos? Estou a pensar nas centenas de milhar de crentes idosos que em termos de tecnologia pouco mais sabem que mexer no comando.

(Continua)