Estado de sítio (4)
Coronavírus hoje em Portugal – 448 casos, 1 vítima mortal
Ontem pela manhã recebi a primeira baixa entre os meus clientes, um a suspender os meus serviços. Era expectável já que se trata de uma empresa de recursos humanos da área da hotelaria. Fica a hibernar até que surjam melhores tempos. Nós pela nossa parte estamos a pagar as nossas contas e a cumprir as responsabilidades fiscais na expectativa que o dinheiro continue a circular.
Esta manhã para desanuviar fui fazer uma corrida de meia hora entre S. João e S. Pedro do Estoril evitando deste modo ir para os lados do paredão onde imagino que haja mais gente, e antes do almoço ainda fui ao supermercado ao lado da minha casa, onde implementaram um sistema de senhas para controlar o afluxo de pessoas. Achei o talho muito depauperado, e para além do papel higiénico notam-se falta de alguns produtos como arroz basmati ou bolacha Maria. As lojas aqui da Praceta ainda estão abertas (tabacaria, restaurante e café) e vêm-se pessoas na rua. O parque de baloiços encontra-se vedado com uma fita da protecção civil. Faz falta o bruá das crianças a brincar.
Ontem na recitação do terço contámos com a simpática “visita” duma sobrinha que nos acompanhou via WhatsApp. O miúdo mais pequeno, bastante contrariado vai cumprindo com os trabalhos que lhe são encomendados pelos professores via Internet e já aprendeu a mandá-los por e-mail. De resto continuamos os cinco bem de saúde e com ânimo (já vos tinha dito que somos cinco?), a interiorizar a perspectiva dum isolamento prolongado, aspecto que me lembra as pessoas que estão sós. Que não caiam na tentação de passar o dia a ler ou ouvir notícias, ou pior ainda nas redes sociais a enervarem-se. Ainda estamos só no princípio duma longa jornada.
Ontem recebemos uma mensagem do Chefe da Casa Real Portuguesa. Hoje parece que vai falar o Marcelo.