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João Távora

Eu e o 28º Congresso do CDS

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A minha irrelevância dentro do CDS é um facto, não levo a mal: não estarei no Congresso de Aveiro porque não consegui merecer um lugar elegível na lista única de delegados por Cascais, segundo me constou por não ter participado muito na vida da Concelhia. Tenho consciência de que outros compromissos que considero prioritários me limitaram a disponibilidade para a vida partidária, para a qual porventura não tenho vocação. Sem ressentimentos portanto. 
Resolvida essa questão, não posso deixar de manifestar a minha profunda preocupação com o aperto por que passa o meu partido de (quase) sempre. E tenho a confessar que fui daqueles que chegaram a se entusiasmar com Assunção Cristas, cuja estética política (e de vida) corresponde em boa medida à minha. Tenho dificuldade em compreender a dinâmica de derrota que no último ano se foi evidenciando, e acho que a “questão dos professores”, tendo sido um erro grave, não justifica o descalabro verificado, que porventura vinha de trás, dos tempos do resgate da Troika mas que estava mascarado. Gostava de deixar expresso que fico agradecido a Assunção Cristas pelo empenho e entrega que demonstrou na liderança do CDS nos últimos anos, e tenho dúvidas que nos tempos mais próximos apareça alguém com as suas qualidades políticas, intelectuais e humanas.
Quanto ao futuro, confesso que nenhum dos cinco candidatos pré-anunciados me consegue seduzir por aí além e receio que a travessia do deserto que espera a direita moderada - o ar do tempo não está para moderados e a inteligência sempre teve dificuldade de se fazer ouvir – signifique a dissolução do partido. Acho pouco plausível que surja uma boa surpresa em Aveiro mas estou disponível para admitir o engano. Para a semana ficarei por cá pelo Estoril a torcer pelos meus amigos, e vou rezar para que a disputa pelo partido não dê cabo do que resta dele (o espectáculo que se vem assistindo nas redes sociais não é um bom indicador). Afinal é muito mais o que nos une do que aquilo que nos separa.

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