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João Távora

Selado e carimbado

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Primeiro este selo apareceu nas redes sociais divulgado pela mão da esquerda chic para salientar o mau gosto do logótipo das Jornadas Mundiais da Juventude, sem quererem saber que não se trata dum logótipo, mas de um selo emitido pelos correios da Cidade do Vaticano – o logótipo, de que não gosto particularmente por ser pouco versátil aparece no canto superior esquerdo.  Além disso estou em crer que o boneco é desenhado por alguém que estará longe de conhecer o Modernismo do Estado Novo e Cottinelli Telmo em particular. Quanto à técnica usada na ilustração, andará próxima do estilo da linha clara que reinou na banda desenhada da Europa do pós-guerra, nomeadamente a franco-belga. Mas a crítica mais disparatada que circula nas redes foi a classificação do boneco como “fascizóide”. Pode-se gostar ou não gostar do resultado que para mim só peca por ser demasiado óbvio – não gosto particularmente da saliência da bandeira verde-rubra, cá por coisas. Mas classificar o desenho de fascizóide (O Papa Francisco em pose no lugar do Infante D. Henrique guiando um conjunto diverso de jovens às JMJ em Lisboa) desautoriza qualquer crítica. Eu percebo o jeito que dá às vidas indolentes e aburguesadas alimentar fantasmas, mas já era tempo de certa malta da minha geração comprar umas sessões de psicanálise para “matar de vez o pai”. É que com a idade a coisa (preconceitos e obsessões) piora. Quanto à opinião do Bispo D. Carlos Azevedo, o que nos vale é que o bom ou mau gosto não são matéria doutrinária ou dogma de fé na Igreja.