Esta fotografia é por si só uma crónica "de época". É uma demonstração da antiga solidariedade "onde vai um vão todos" ainda hoje patente no meu ramo Castro. Tirada no cais de Alcântara em 1967 por ocasião da partida do Tio Nuno de Castro para a Guerra no Ultramar. Da esquerda para a direita temos: o meu pai de cigarro na mão (como sempre), a avó Xunchinha (Condessa de Castro), a Tia Teresa, a Tia Isabel (a ocultar a tia Mitó) e depois o Tio Manuel. Em baixo, ao lado da mão (...)
Morreu o meu Tio Duarte de Castro. Não sei se já alguma vez vos falei da importância que atribuo à família alargada, da diversidade de legado que nos concede uma comunidade de avós, tios e primos, na formação de pessoas mais livres e mais inteiras. Tenho o privilégio de ter crescido e vivido com a presença viva da família da minha mãe, que hoje se reencontra no céu com o seu irmão Duarte. Nós por cá é que ficamos mais pobres, menos amparados. Duarte Nuno de Carvalho Gomes (...)
Conto publicado pelo meu pai, Luís de Lancastre e Távora na revista Alvorecer, "Revista académica de cultura" do Porto em 1955 quando tinha 18 anos. O local onde o pequeno Tomé se encontrava, o cimo dum pequeno morro, dominava por todos os lados a planície morna, sem contrastes, que se estendia a perder de vista. Só aqui e ali algumas sementeiras de milho, ou (...)
Durante cerca de um ano, convivi e trabalhei, quase diariamente, com Luiz de Lancastre e Távora, Luiz de Abrantes, como gostava de assinar e ser conhecido. Aquele outro nome, o de Távora, há séculos que atrai malefícios. No meio profissional, no cívico e no político, era o Marquês de Abrantes, sem altivez onde não lhe a provocassem, mas sem pejo do peso do título, feito nome de guerra. Acho que nos entendemos muito bem porque ele não tinha preconceitos que não pudessem ser (...)
Tenho andado desaparecido destas andanças do blog porque me vi confrontado pelo luto e com a subsequente desmontagem da casa dos meus pais que ainda perdura. Uma operação profundamente emocional, que exige revisitar objectos, armários, gavetas, papéis, fotografias, esqueletos e memórias de tempos passados, sentimentos díspares e contraditórios que só agora me autorizo espiolhar. Em particular, descobrir ou revisitar manuscritos do meu pai remete-me para uma proximidade que, se (...)
Esta é uma curiosa fotografia do casamento dos meus avós Abrantes, José e Maria Emília, na casa da família Ulrich na Cova da Moura a 26 de Fevereiro de 1928. Na farda militar, o meu avô José (9º Marquês de Abrantes) ostenta as condecorações pela sua participação na Grande Guerra, primeiro pela Legião Estrangeira do exercito Belga e posteriormente pelo exército Português graças à amnistia da república aos seus condenados políticos em 1917. Depois de uma curta (...)
Coisas de família. Bela síntese narrada pelo historiador Joel Moedas-Miguel sobre o Palácio do Marquês de Abrantes (esta é a designação correcta que acabou por dar nome a rua Direita de Santos o Velho), numa visita ao local onde ainda nasceu e viveu o meu avô paterno quase até 1908 quando foi vendido ao estado francês que já ocupava parcialmente as instalações para (...)
Foram assim as cerimónias exequiais por alma da minha mãe no passado dia 15, presididas pelo Rev Padre Perdo Quintela que decorreram na paróquia do Santo Condestável de que foi freguesa quase toda a vida e onde criou os seus cinco filhos. A todos os muitos e muitos amigos que se nos juntaram virtual ou fisicamente nesta celebração da Fé, aqui deixo os meus sentidos agradecimentos.
Maria João de Castro de Lancastre e Távora (Marquesa de Abrantes) 1940 - 2021 Santa Maria, mãe do Senhor, Intercedei pela nossa irmã Maria João, Para que seja acolhida na misericordiosa paz do Reino de Vosso Filho. Superada a sua longa provação, Guiai-a ao merecido consolo do Criador, Onde a paz se desvenda e realiza. Guiai-a ao seu marido Luís, também reconciliado, Com quem realizou esta família que é precioso legado, Seus filhos, netos e bisneta. Guiai-a ao encontro dos (...)
Há 262 anos Portugal ficava mais pobre, mais medíocre, mais pequenino como tantos o gostam de ver. Hoje é dia dos Távora, dia da resistência. Escrevo estas palavras em memória do meu sétimo avô, D. Manuel Rafael de Távora, que sofreu dezanove anos de prisão sem culpa formada, unicamente por ser quem era. Que Deus nos ajude a honrar os mártires que nos precederam.