“Muitos estão prontos a ‘rasgarem as vestes’, diante de escândalos e injustiças – naturalmente cometidos por outros -, mas poucos parecem dispostos a actuar sobre o seu coração, a sua consciência e as próprias intenções (…)” Bento XVI Talvez inspirado pelo instinto de sobrevivência, admito que sou um cândido optimista, mas o facto é que me (...)
Ontem à tarde no parque infantil em má hora decidi elogiar efusivamente um menino vestido com uma t-shirt do Jubas (a mascote do Sporting) com quem o meu filho brincava animadamente. Então, o miúdo estacou à minha frente e, chocantemente prolixo, tratou de me esclarecer que era simultaneamente adepto do Sporting e do Benfica, porque o pai sportinguista e a mãe benfiquista eram divorciados e só assim ficavam os dois felizes. Confesso que embatoquei.
É irónico como na nossa cultura hedonista, que venera as aparências e o prazer, não haja parábola mais eficaz sobre as virtudes do mérito e do sacrifício do que a da (boa) forma física: é que esta depende fatalmente da austeridade alimentar e dum sério compromisso (!!!) com um exercício esforçado e... regular!
Estes dias difíceis da crise, de incerteza e aflição que atravessamos, têm o condão de evidenciar desmesuradamente o pior das pessoas, depois ampliado nas redes sociais e nos blogues. Muitas vezes instigadas por figuras públicas com agenda política mas sem tento na língua, assim acende-se o rastilho com que explodem e se multiplicam autênticas matilhas sectárias e persecutórias na internet, a brandir o insulto mais rasteiro e xenófobo. É assim que com motivações diversas (...)
O Homem fica sempre mais frágil quando rejeita os seus sentimentos. Exemplifico com um bastante desprezado, mas afinal tão valioso como os outros: o medo é o principal inimigo da realização humana, e o maior adversário da liberdade individual; se por um lado potencia a inércia e a omissão, também acciona a violência mais irracional. Mas aquilo a que chamamos “valentia” significa uma de duas coisas: ou inconsciência, ou… o domínio sobre o medo. Para domina-lo é (...)
O pior não é a ignorância, um mal que mais ou menos, em termos relativos, todos sofremos. Trágica é a arrogante falta dessa consciência, hoje tão fácil reprimir com umas roupitas de estilo e licenciaturas de bolonha.
Há dois tipos de mulheres bonitas: as que o são e as que fazem disso vida. Porque será que as que fazem disso vida (quando não acasaladas) andam quase sempre acompanhadas de uma confidente “feia”?
Os portugueses dizem à boca cheia que a culpa do seu atávico conformismo e da sua proverbial mediocridade é da inveja (dos outros), sentimento que pelos vistos (os outros) são especialmente atreitos.
Ora, quanto mais ambicioso é um desempenho, maior será a “reacção” alheia (inveja) e essa coisa até poderá causar algum incómodo ou inquietação. É assim que, como profilaxia ao conflito, o português prefere então não fazer nada: é usual escutarmos lamentos dos (...)
De saída para o exame de físico-química, o meu miúdo adolescente acaba de aqui vir para se despedir (estou em casa doente), trajando uma exótica t shirt e um fato-de-banho comprido à surfista. Espantado (convém na vida não perdermos esta extraordinária capacidade humana), interpelei-o sobre se aquela indumentária não seria um pouco despropositada para o “acontecimento”, tendo o rapaz replicado que era normal e que dessa forma contrariava melhor o stress. Não que (...)