Parece-me que já vi este filme algumas vezes. Com o prenúncio de um resultado histórico das esquerdas, que arriscam em Outubro alcançar 2/3 dos lugares no parlamento pela primeira vez desde o 25 de Abril, a direita a dois meses da campanha eleitoral entretém-se furiosamente à caça da própria cauda. São indisfarçáveis as contagens de espingardas, os julgamentos e distribuição de culpas que escapam entre dentes dos barões, sargentos e soldados que gravitam neste espectro (...)
Em relação à tomada do poder pelas esquerdas unidas, Nuno Garoupa, numa nota publicada no Facebook refere que o sistema político português "parlamentarizou-se", naquilo que interpreta como um processo que vem de trás por via da eliminação progressiva do centro. Descontada o exagero da metáfora, talvez seja isso. Mas tal significa que podemos (...)
Tenho muitas dúvidas que o abuso de adjectivos que por estes dias roça a ofensa no combate político, para além de animar as hostes acríticas, tragam alguma vantagem a um partido que não seja de "protesto". Estranho que ao final de quarenta anos de democracia na campanha eleitoral sobrevenha tamanha cacofonia feita de intolerância e insulto, que (...)
Sobre o caso dos cartazes do PS com testemunhos de desempregados, já o dissemos há dias: não passariam de um faits divers sem importância se as pessoas não acreditassem que nas eleições de 4 de Outubro o que está realmente em jogo é competência na gestão de uma crise que não está ainda sanada. Agora, gostaria de (...)
O facto de o Filipe Anacoreta Correia fazer parte das listas da coligação por Lisboa não só constitui um sinal de salutar abertura e inteligência do CDS na sua renovação, como tem o efeito de, durante as próximas semanas, me obrigar a um maior comprometimento com a campanha para as legislativas de 4 Outubro. Acontece que o Filipe é um homem (...)
A maneira como o Partido Socialista desbaratou quatro anos de maioria absoluta prova que a questão da governabilidade do país não depende tanto da dimensão dessa maioria, mas antes do programa eleitoral em causa, da coesão do governo e da sua capacidade deste mobilizar o país para uma urgente mudança de rumo. Ou parafraseando o nosso José Mendonça da Cruz, há luz se mudarmos de túnel. Adorei esta frase!
Mesmo que se confirme uma desejável viragem política nas próximas eleições legislativas, este país manterá um profundo problema de ingovernabilidade estrutural: um descrédito generalizado no regime e nas suas instituições, um estado paternalista e asfixiante, e uma congénita indolência dos portugueses. Mudar este último paradigma é o verdadeiro desafio nacional: é em cada individuo que terá que se operar uma mudança de atitude, de empenho, que viabilize Portugal. Os (...)