A motivação para a disputa política (em termos latos) na assunção de cargos de relevo público é um tema que me vem merecendo reflexão. O que atrai um individuo a ir à luta dentro de um partido ou organização cívica? É possível a criação de incentivos para envolver “os melhores” da nossa comunidade para as maçadas e sacrifícios que implicam as causas públicas? Sou daqueles que considera ser importante uma justa remuneração dos altos cargos políticos, algo que não (...)
As eleições presidenciais que terão lugar daqui a poucos dias constituem mais uma oportunidade para os monárquicos dissecarem o nosso sistema semipresidencialista, apontarem as suas fragilidades e contradições e recordarem publicamente outros modelos, vigentes em destinos mais bem-sucedidos que o nosso. O tema também interessa aos simpatizantes realistas que – imbuídos dum cândido pragmatismo - entendem que a sua participação cívica na eleição presidencial é útil numa (...)
Se as campanhas eleitorais em geral não são um exemplo de seriedade política, as presidenciais em particular descambam demasiadamente para o disparate completo e as atoardas esgrimidas são de bradar aos céus. Uma lamentável comédia que mais se parece com um torneio de wrestling. No final, depois de insultarem a inteligência do eleitorado e vilipendiarem os votantes dos adversários, um deles vai por um ar sério para faze-los crer que é amigo de todos. Reconheço que este não é (...)
Com tantos monárquicos a apoiarem entusiasticamente um candidato "presidencialista" (aquele da 4a republica) nas próximas eleições presidenciais (um absurdo total), a minha vida nas redes sociais não vai ser fácil nos próximos tempos. Bem me diziam os meus mestres que a prioridade do movimento deveria centrar-se na doutrina e formação política, em vez da cumplicidade com sentimentalismos e fantasias, sabe Deus com que obscuras origens.
O historiador Rui Ramos neste artigo, para lá da perspicaz análise da conjuntura política no que concerne os interesses dos socialistas em face às eleições presidenciais, clarifica-se o potencial profundamente fracturante do nosso sistema de Chefia de Estado. Andamos há décadas a brincar com o fogo, que um dia arriscamos a ter todo o sistema (e o país) em ruptura (...)
Com as eleições presidenciais daqui a pouco menos de um ano, por detrás da cortina mediática da epidemia do Coronavírus já se sentem os rumores de duas candidaturas prontas para agitar a modorra doméstica: à direita, a do polémico André Ventura, já confirmada; e à esquerda, a provável da diplomata pouco diplomática Ana Gomes. A eleição, que se previa um passeio tranquilo para Marcelo Rebelo de Sousa, promete revelar-se muito animada — quem sabe até simulando uma (...)